O Governo do Paquistão condenou as declarações do ministro dos caminhos-de-ferro, que ofereceu uma recompensa de 100 mil dólares pela morte do realizador do filme que satiriza o profeta Maomé e que provocou violentos protestos em vários países muçulmanos.
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Em declarações à BBC, um porta-voz do primeiro-ministro, Shafqat Jalil, disse que o Governo do Paquistão "se desvincula absolutamente" das declarações do o ministro dos caminhos-de-ferro, Ghulam Ahmed Bilour.
Fontes do partido do ministro, o Partido Nacional Awami (ANP), que forma parte do governo de coligação do Paquistão, disseram também à cadeia britânica que as declarações de Bilour foram feitas a título pessoal e que não correspondem à política do partido, embora tenham referido que não tomariam medidas contra o político.
"Anuncio hoje [sábado] que esse blasfemo que insultou o profeta sagrado, se alguém o matar, dou-lhe um prémio de 100 mil dólares" (cerca de 77 mil euros), disse Ghulam Ahmed Bilour.
Citado pela agência France Presse, Ghulam Ahmed Bilour convidou os "irmãos talibãs e da Al-Qaida" a participarem neste "nobre feito" e assegurou que ele próprio, se tivesse oportunidade, mataria o realizador com as suas próprias mãos.
Centenas de milhares de pessoas em vários países muçulmanos têm protestado na última semana contra o filme "A Inocência dos Muçulmanos", produzido nos Estados Unidos e considerado ofensivo para a religião islâmica.
O Paquistão tem sido palco de alguns dos protestos mais violentos. Na sexta-feira, manifestações em Islamabad, Carachi (sul), Peshawar (noroeste) e Lahore (norte) terminaram com a morte de 21 pessoas.