A Câmara Baixa do Parlamento alemão votou por unanimidade o levantamento da imunidade do deputado Maximilian Krah, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que está a ser investigado por suborno.
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De acordo com a Procuradoria-Geral de Dresden, Maximilian Krah, de 48 anos, está a ser alvo de uma investigação por alegado suborno e branqueamento de capitais que envolvem supostos pagamentos com proveniência na República Popular da China.
Um comunicado da Câmara Baixa do Parlamento da Alemanha (Bundestag) refere que foi aprovada esta quinta-feira, por unanimidade, uma recomendação de resolução sobre questões de imunidade.
Assim, o Parlamento Federal autorizou a execução de mandados de busca e apreensão que visam o membro da AfD.
No passado mês de maio, a Procuradoria-Geral de Dresden, Estado da Saxónia, anunciou a abertura de um inquérito contra Krah, que foi deputado no Parlamento Europeu (PE) até ao passado mês de março, altura em que assumiu o cargo de deputado federal na Alemanha.
Segundo o processo, Krah aceitou alegados subornos enquanto eurodeputado e participou em operações de "lavagem de dinheiro", estando supostamente ligado a pagamentos irregulares que tiveram origem na República Popular da China.
De acordo com a investigação, existem provas suficientes que sugerem a prática de crime.
O Ministério Público deve agora determinar se existem fundamentos suficientes para apresentar acusações ou se o processo deve ser arquivado, tendo exigido, de momento, o levantamento da imunidade parlamentar de Krah.
O deputado de extrema-direita alegou que o caso tem "motivação política" e considerou as acusações do Ministério Público ridículas, argumentando que, como advogado, tinha emitido faturas ao cliente.
Além da investigação sobre Krah, um ex-assistente do político foi formalmente acusado, após um ano de detenção, por atos de espionagem a favor do regime de Pequim.
O Ministério Público Federal da Alemanha também apresentou acusações contra um dos alegados cúmplices: Jian G., cidadão alemão de origem chinesa que trabalhou como assistente de Krah entre setembro de 2019 e abril de 2024, altura em que foi detido.
Juntamente com Jian G., está também acusada a cidadã de origem chinesa Jaqi X., que até à detenção, no ano passado, trabalhou no departamento de logística do Aeroporto de Leipzig, no leste da Alemanha.
A República Popular da China rejeitou as acusações de espionagem apresentadas na Alemanha contra Jian G.
