O Parlamento Europeu aprovou uma resolução em que apela à Rússia para retirar imediatamente as suas forças militares da Crimeia e defende um aumento das sanções da União Europeia caso não haja um desanuviamento.
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Na resolução, aprovada na sessão plenária de Estrasburgo, os eurodeputados condenam "o ato de agressão russo ao invadir a Crimeia", parte "indissociável da Ucrânia" e apelam à "retirada imediata de todas as forças militares ilegalmente presentes em território ucraniano".
O Parlamento Europeu considera que estes atos "violam claramente" a Carta das Nações Unidas e outras normas internacionais e "representam uma ameaça para a segurança da União Europeia".
Já em relação ao referendo sobre a adesão da Crimeia à Federação Russa, agendado para domingo, o Parlamento Europeu aponta-o como "ilegítimo e ilegal", e salienta que, de acordo com a Constituição da Ucrânia, a República Autónoma da Crimeia só pode organizar referendos sobre assuntos locais e não sobre modificações às fronteiras.
Os eurodeputados pedem a criação de um governo ucraniano tão representativo e abrangente quanto possível, que garanta o pleno respeito e a total proteção dos direitos das minorias nacionais, incluindo os direitos dos ucranianos de origem russa e a um novo regime linguístico abrangente, que contemple todas as línguas minoritárias.
O Parlamento Europeu assinala ainda a necessidade dos Estados-membros se dirigirem "em uníssono" à Rússia e de prestarem o seu apoio ao direito que a Ucrânia tem de determinar livremente o seu futuro, saudando as sanções contra a Rússia aprovadas no Conselho Europeu de 6 de março.
Na ausência de um desanuviamento ou da escalada da situação com a anexação da Crimeia, a União Europeia deve tomar com celeridade as medidas que se impõem, incluindo um embargo de armas e de tecnologias de dupla utilização, restrições em matéria de vistos, o congelamento de bens e medidas contra empresas russas e suas subsidiárias, especialmente no sector da energia, defendem os parlamentares europeus.