A Rússia começou a receber drones de combate enviados pelo Irão para uso na guerra na Ucrânia, mas muitos já demonstraram ter defeitos, declarou, esta terça-feira, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
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"Aviões de transporte russos carregaram os drones a partir de um aeródromo no Irão e depois voaram para a Rússia, durante vários dias de agosto", disse o porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Pat Ryder.
A operação "provavelmente enquadra-se nas intenções da Rússia de importar centenas de drones iranianos de vários tipos", sublinhou o militar norte-americano.
"As nossas informações indicam que os drones associados a estas transferências já sofreram inúmeras falhas", acrescentou o general de brigada, sem fornecer elementos adicionais para apoiar a afirmação.
As forças russas e ucranianas perderam vários drones de vigilância e ataque durante os seis meses de guerra na Ucrânia.
Devido, em particular, às sanções internacionais decididas contra Moscovo, a indústria russa está a lutar para produzir os seus próprios drones, de acordo com o general Ryder, explicando por que a Rússia recorreu ao Irão para importar drones do tipo Mohajer-6 e Shahed.
Espera-se que os drones sejam usados pelas forças russas na Ucrânia para ataques ar-solo, combate eletrónico e missões de mira no campo de batalha.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções.
A ONU apresentou como confirmados 5.663 civis mortos e 8.055 feridos na guerra, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais
