Partidos pró-Ocidente na Roménia chegaram a um acordo, no final da terça-feira, para um formar novo Executivo, na sequência das legislativas de 1 de dezembro. O país vive momentos de incerteza desde que a primeira volta das presidenciais, vencida por um candidato de extrema-direita pró-Rússia, foi anulada.
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O Partido Social-Democrata (PSD, centro-esquerda), que ficou em primeiro lugar nas eleições para o Parlamento (com 86 deputados), continua a aliança governativa com o Partido Nacional Liberal (PNL, centro-direita), que conquistou 49 dos 330 assentos. Juntam-se à coligação os também liberais do União para a Salvação da Roménia (USR, centro-direita), com 40 cadeiras, e o partido étnico húngaro União Democrática dos Húngaros na Roménia (UDMR, centro-direita), com 22 lugares.
"Nos próximos dias, os quatro partidos e representantes das minorias nacionais trabalharão num programa de Governo comum baseado no desenvolvimento e nas reformas que considerará as prioridades dos cidadãos romenos", afirmaram os partidos, num comunicado conjunto, citado pela agência Reuters.
O próximo Executivo, que aguarda a nomeação do presidente cessante Klaus Iohannis, deve ficar responsável por agendar as próximas eleições presidenciais. As legislativas que resultaram na coligação governamental entre o PSD, o PNL, o USR e o UDMR ocorreram entre o que seriam as duas voltas das presidenciais, a 24 de novembro e a 8 de dezembro.
O escrutínio do final de novembro gerou supresa, já que o candidato sem partido pró-Rússia, Calin Georgescu, de extrema-direita, ficou em primeiro lugar. O Tribunal Constitucional do país anulou, na sexta-feira, os resultados da primeira volta devido à alegada interferência russa na campanha, com milhares de contas nas rede sociais a promover o ultracionalista.
Candidato único contra extrema-direita
O chefe de Estado liberal Iohannis (atualmente sem partido), cujo mandato acabaria no dia 21 de dezembro, deve continuar no cargo até um sucessor seja escolhido. Os quatro partidos que formarão o Governo disseram ainda que consideram apoiar um único candidato pró-Europa para as presidenciais, numa forma de evitar um resultado favorável para a extrema-direita. Não se sabe se Georgescu poderá concorrer, já que o primeiro lugar nas eleições anuladas é investigado pelas autoridades.
Apesar do comprometimento de formar um novo Executivo e de apoiar um candidato para a presidência, os quatro partidos poderão ter dificuldade em governar, alertam especialistas, tendo divergências passadas em relação a políticas a serem adotadas num país membro tanto da União Europeia, como da NATO.