Passageiro não binário processa Ryanair por não poder escolher título de género neutro
Um passageiro não binário está a processar a Ryanair por 4200 libras (equivalente a 5018 euros) em danos porque a empresa não forneceu um título de género neutro numa reserva de voo.
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O cliente estava a utilizar o site da companhia aérea para reservar um bilhete de regresso de Berlim para Gran Canária em outubro de 2021 quando percebeu que não havia opção para utilizar um título neutro em termos de género. A companhia aérea tinha a opção "Herr" ("Senhor"), "Frau" ("Senhora") ou "Fräulein" ("Menina").
Depois de a Ryanair se ter recusado a chegar a um acordo extrajudicial, a queixa vai ser agora ouvida pelo tribunal estadual de Berlim, de acordo com o jornal "Times".
Além de pagar os danos, o cliente pretende que a companhia aérea altere a sua plataforma de reservas para oferecer uma opção de título neutro em termos de género.
Título de género neutro e escolha de uniformes
Em 2019, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou orientações para as companhias aéreas que desejam oferecer opções de género não binário aos passageiros.
No mesmo ano, a United Airlines tornou-se a primeira companhia aérea dos EUA a oferecer aos clientes opções de género não binário ao reservar voos. Exemplos típicos de marcadores não binários podem incluir um "X" para "não especificado" ou "U" para "não divulgado" em vez de masculino ou feminino, e o título de género neutro "Mx" em vez de "senhor" ou "senhora".
Desde então, outras companhias aéreas seguiram o exemplo e ofereceram opções neutras em termos de género, incluindo a British Airways, a Virgin Atlantic, a American Airlines, a Delta e a Air New Zealand.
Em relação aos uniformes dos seus trabalhadores, a Virgin Atlantic permite que escolham se querem usar calças ou saia.
Em 2022, a British Airways também flexibilizou as regras em torno da sua rígida política de uniformes e adotou uma postura neutra em termos de género para permitir que os pilotos e tripulantes do sexo masculino pudessem usar maquilhagem e transportassem carteiras. No entanto, o site da companhia aérea não permite que os clientes utilizem o título "Mx" na sua longa lista de opções, que vai de "Senhor" a "Visconde".
Algumas companhias aéreas também deixaram de usar a típica expressão "senhoras e senhores" como saudação a bordo em favor de alternativas neutras em termos de género.