O debate em torno do prato de foie gras (fígado de pato ou ganso) atingiu a cidade de Nova Iorque de rompante. A partir de 2022, nenhuma mercearia ou restaurante poderá comercializar esta iguaria, sob pena de uma pesada multa.
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A câmara de Nova Iorque, através do autarca Bill de Blasio, confirmou esta quinta-feira que a proibição do prato de foie gras, muito apreciada na gastronomia de luxo, será efetiva a partir de 2022. O projeto de lei surge em sequência do constante escrutínio feito à produção desta iguaria.
Segundo a vereadora Carlina Rivera, uma das principais impulsionadoras da legislação, os animais (patos e gansos) são alimentados à força em práticas desumanas. As aves são engordadas através de um tubo, para que fiquem com um fígado mais gordo e por isso, mais saboroso para quem o consome.
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A iguaria originária da França tem sido alvo de debates há vários anos. Em 2012, a Califórnia baniu a venda de foie gras e voltou a reverter a decisão três anos depois, em 2015. Apenas em janeiro deste ano, a Suprema Corte dos Estados Unidos oficializou a proibição do prato.
Também Chicago teve a sua quota-parte de problemas com o foie gras. Em 2006, a autarquia da cidade aprovou a proibição, mas logo dois anos depois, a interdição foi levantada pelo mesmo organismo.
A partir de 2022, caso algum restaurante ou mercearia viole a proibição terá de pagar dois mil dólares por cada venda. Vários chefs argumentam que há práticas mais desprezíveis de produção de animais e que não recebem tanta atenção como a iguaria francesa. Um pedaço de foie gras com 454 gramas pode custar até 50 dólares, cerca de 44 euros.
De acordo com a agência Associated Press, a proibição deverá atingir duas fábricas de foie gras em Nova Iorque, cujos principais clientes são restaurantes de luxo. As empresas de produção admitem despedir centenas de trabalhadores, a maioria serão migrantes.