Paulo Rangel questiona socialistas após vitória de partido pró-Rússia na Eslováquia
O eurodeputado do Partido Popular Europeu (PPE) Paulo Rangel indagou o Partido Socialista Europeu (PSE) e o primeiro-ministro luso, António Costa, devido à presença do SMER na bancada socialista do Parlamento Europeu. A formação política nacionalista pró-Rússia foi a vencedora nas legislativas eslovacas de sábado.
Corpo do artigo
O líder do SMER, Robert Fico, já governou a Eslováquia duas vezes e foi escolhido, esta segunda-feira, pela presidente Zuzana Caputova para formar um novo Executivo. O político, próximo do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, defende o fim da ajuda militar à Ucrânia.
O eurodeputado do PPE, Paulo Rangel, classificou o SMER como "perigoso" e questionou se a bancada socialista no Parlamento Europeu irá condenar ou distanciar-se do partido eslovaco. Na publicação na rede social X (antigo Twitter), o vice-presidente do PSD indaga ainda o primeiro-ministro português e o PS, acusando-os de um "duplo padrão".
O duplo padrão refere-se à suspensão, em 2019, do partido Fidesz do PPE. O partido de Orbán deixou, em 2021, o grupo parlamentar europeu de Centro-Direita, evitando, assim, ser expulso. Os populares questionam agora se os socialistas farão o mesmo ou não.
A publicação de Paulo Rangel foi reproduzida pela ex-eurodeputada Ana Gomes. A socialista considerou uma "boa pergunta" o questionamento à posição do PS em relação ao SMER.
A Eslováquia faz parte da NATO e é um dos países que mais contribui no apoio a Kiev em relação ao tamanho do PIB do país. Robert Fico, no entanto, quer aproximar-se de Moscovo.
“A guerra na Ucrânia começou em 2014 quando os fascistas ucranianos mataram vítimas civis de nacionalidade russa”, declarou Fico num recente vídeo, numa provável referência a acontecimentos na Casa dos Sindicatos de Odessa, em 2 de maio daquele ano.
Fico também afirmou que não iria autorizar a detenção do Presidente russo Vladimir Putin, ao abrigo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, se ele alguma vez viesse à Eslováquia.
Mensagens que têm eco num país onde, segundo uma sondagem do instituto Globsec, apenas 40% da população considera a Rússia responsável pela guerra.