Uma equipa da National Geographic descobriu um pé que poderá pertecer a Irvine, alpinista britânico que tentou subir o Evereste há exatamente um século. O achado talvez consiga reescrever a História. Afinal, Edmund Hillary e Tenzing Norgay não terão sido os primeiros a alcançar o ponto mais alto da montanha.
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A confirmar-se, ficará resolvido um dos maiores mistérios do montanhismo mundial. Em junho de 1924, Andrew Comyn "Sandy" Irvine e George Mallory tentaram ser os primeiros alpinistas a subir o Evereste. No entanto, a dupla desapareceu e as autoridades só conseguiram recuperar os restos mortais de Mallory. Agora, 100 anos depois, uma equipa de montanhistas que filmava um documentário da National Geographic acredita ter encontrado o pé de Irvine, exposto pelo degelo.
"Foi um momento monumental e emocionante", confessou o conhecido aventureiro e líder da equipa Jimmy Chin, sobretudo porque poderá provar que a dupla foi a primeira a conseguir alcançar o cume da montanha, 29 anos antes de Edmund Hillary e Tenzing Norgay, até agora pioneiros. O corpo de Irvine foi procurado durante anos, uma vez que o alpinista tinha consigo uma câmara cujo conteúdo serviria para acabar com todas as dúvidas relativas ao feito. Teriam mesmo sido os primeiros?
Jimmy Chin não tem dúvidas, acredita que sim. E explica porquê. Quando levantou a meia que estava no interior da bota encontrou "uma etiqueta" onde se lê, em letras vermelhas, "AC IRVINE". "Às vezes, as maiores descobertas da vida ocorrem quando não estamos à procura. Foi muito emocionante para toda a equipa e esperamos que isto possa finalmente trazer um pouco de paz à família do alpinista", referiu.
Irvine tinha 22 anos quando desapareceu e era o mais jovem elemento da expedição que intrigou o mundo durante um século. Segundo a reportagem da National Geographic, Chin entrou em contacto com a sobrinha-neta do alpinista, que chegou a escrever a sua biografia, em 2001. "Isto conta toda a história do que provavelmente aconteceu", referiu Julie Summers, de 64 anos.
Quando o corpo de Mallory foi encontrado pelo alpinista Conrad Anker tinha marcas profundas de corda. Acredita-se que os dois montanhistas estivessem amarrados um ao outro com uma corda na cintura e que George tenha sofrido uma longa queda, na sequência de uma avalancha.