Buscas pelas quatro crianças desaparecidas na selva amazónica, feitas por militares colombianos, indígenas e até um satélite estrangeiro, encontraram pistas, como pegadas e frutas mordidas. Os pormenores de um acidente aéreo ocorrido a 1 de maio e que matou três adultos foram divulgados pelas autoridades aeronáuticas.
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A "Operação Esperança" prossegue mais de um mês depois do desaparecimento das crianças de 13, nove e quatro anos, além de um bebé que acabou de completar um ano. Os menores sobreviveram à queda da aeronave Cessna 206 em que viajavam, enquanto a mãe e outros dois adultos morreram.
No domingo, as Forças Militares da Colômbia divulgaram vídeos em que colocam "fitas da vida" para indicar caminhos por onde as crianças desaparecidas poderiam seguir para alcançar as tropas. Outra medida foi a colocação de 600 apitos em locais estratégicos da floresta para que os jovens possam emitir sinais sonoros.
No desfallecemos en la búsqueda de los menores extraviados en las selvas de Caquetá y Guaviare en la #OperaciónEsperanza. Nuestras Fuerzas Especiales demarcan zonas con 'cinta de la vida' para indicar caminos que podrían seguir los niños para ir hacia la tropa (1) pic.twitter.com/02oH2lthkk
- Fuerzas Militares de Colombia (@FuerzasMilCol) June 4, 2023
Em fotos divulgadas a 30 de maio, os militares encontraram pegadas que supostamente seriam da criança mais velha. No dia 24 de maio, outros objetos foram encontrados em dois locais próximos ao da queda do avião, incluindo fraldas, ténis, um acessório para telemóvel, uma tampa de biberão e uma toalha, de acordo com o diário colombiano "El Espectador".
As buscas contam ainda com o auxílio de um satélite chileno, que está a ajudar com imagens em alta resolução do terreno, que é marcado por uma alta densidade de vegetação e muita chuva. Segundo a ministra da Defesa Nacional chilena, Maya Fernández Allende, o Chile começou a contribuir na "Operação Esperança" após um pedido da embaixadora colombiana.
Avião colidiu contra árvores
Após pedidos iniciais de socorro devido a problemas no motor, às 7.17 horas, captados pela torre de controlo de Villavicencio, o piloto do Cessna 206 afirmou, poucos minutos depois, que a situação tinha regressado à normalidade, segundo um relatório preliminar da Direção Técnica de Investigações da Aeronáutica Civil, citado pelo jornal colombiano. Às 7.43 horas, um novo alerta feito pelo piloto relatava um problema no motor e que seria tentado uma amaragem, um pouso sobre um rio. O avião desapareceu dos radares após fazer uma viragem à direita, numa altitude de 5500 pés (1,6 quilómetros).
Os destroços foram encontrados apenas no dia 16 de maio. De acordo com o relatório, o Cessna colidiu com a copa das árvores, o que fez o motor desprender-se. A colisão gerou uma forte desaceleração e fez com que a aeronave caísse de forma vertical, "dissipando a energia principalmente no painel de instrumentos e no bordo de ataque do plano direito".
O relatório preliminar aponta ainda que tanto o piloto como os outros dois adultos estavam em posições que permitiriam lesões fatais. A parte onde as crianças estavam não teve desprendimento dos assentos. O documento fala ainda "que uma possível evacuação da aeronave provavelmente foi realizada pela frente esquerda, através da porta do piloto em posição de comando".