Pelo menos 11 migrantes morreram na terça-feira num naufrágio ao largo de Al Hoceima, no norte de Marrocos, quando tentavam chegar a Espanha, informaram fontes médicas e associativas.
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Citada pela AFP, uma fonte médica do hospital de Al Hoceima disse que os mortos são seis homens, três mulheres e dois menores.
Das 34 pessoas que estavam a bordo da embarcação naufragada, 10 morreram afogadas e uma a caminho do hospital, havendo ainda 12 pessoas hospitalizadas após terem sido socorridas pela marinha marroquina, indicaram a fonte médica e um responsável local da Associação Marroquina dos Direitos Humanos (AMDH).
Os restantes 11 migrantes não sofreram quaisquer ferimentos.
Trata-se de "migrantes subsaarianos", cujas nacionalidades não são ainda conhecidas, precisou o responsável da AMDH, Fayçal Oussard.
Segundo a mesma fonte, o naufrágio aconteceu a meio do dia a cerca de nove quilómetros da cidade de Al Hoceima, na costa do Mediterrâneo.
Embora o mar estivesse calmo, a embarcação era "demasiado pequena para o número de pessoas a bordo", acrescentou.
Desconhece-se para já qual será o destino dos migrantes que sobreviveram ao naufrágio. Normalmente, as autoridades marroquinas reencaminham os migrantes para a fronteira argelina, por onde passa a maioria dos clandestinos, segundo Rabat.
Numerosos imigrantes ilegais da África subsaariana tentam chegar a Espanha a partir de Marrocos por via marítima, através do estreito de Gibraltar, ou por via terrestre, passando a fronteira com os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, as duas únicas fronteiras terrestres entre África e a Europa.
Um responsável da Cruz Vermelha em Espanha disse recentemente que os candidatos à imigração tentam cada vez mais passar o estreito em barcos de borracha, autênticos brinquedos, em detrimento de embarcações maiores onde muitas vezes se juntavam até 40 pessoas.
"É ainda mais precário. Há mais risco de naufrágio e, portanto, de afogamento", disse então Antonio Fernandez, responsável das operações de emergência da organização em Espanha.
Segundo as associações locais, entre 20.000 e 25.000 imigrantes clandestinos originários do sul do Saara encontravam-se no final de 2012 em solo marroquino, na esperança de passar para a Europa.
A associação Médicos Sem Fronteiras estima que as nacionalidades mais representadas sejam os nigerianos, os camaroneses, os ganeses, os guineenses e os malianos.