Os confrontos registados na jornada de protesto realizada na quarta-feira na Nicarágua contra o presidente Daniel Ortega fez pelo menos 11 mortos, divulgou esta quinta-feira uma organização de defesa dos direitos humanos local.
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Segundo o Centro Nicaraguense dos Direitos Humanos (Cenidh), as 11 vítimas mortais foram atingidas por balas durante os protestos que degeneram em confrontos entre apoiantes e opositores de Daniel Ortega.
A mesma organização referiu ainda o registo de várias dezenas de feridos.
Na quarta-feira, um protesto contra o presidente Daniel Ortega, que foi designado como a "mãe de todas as marchas", reuniu na capital do país, Manágua, milhares de pessoas que pretendiam expressar o seu apoio às mães das dezenas de mortos registados em manifestações contra o governo.
A marcha coincidiu com o Dia das Mães, que se celebra a 30 de maio na Nicarágua, mas parte da população nicaraguense decidiu não festejar este ano devido às vítimas nos recentes confrontos, pelo menos 76, segundo a Comissão Interamericana de direitos humanos (CIDH).
Camponeses do norte, sul e sudeste do país decidiram juntar-se ao protesto nacional, e foram recebidos como heróis em Manágua.
A marcha de quarta-feira integrou o designado Movimento Mães de Abril, que abrange as mulheres que perderam os seus filhos durante protestos.
A Nicarágua atravessa uma crise política e social iniciada a 18 de abril com protestos contra uma reforma da segurança social e que prosseguiu devido à morte de dezenas de pessoas após a intervenção das forças policiais em manifestações.