Pelo menos 14 pessoas morreram, dez das quais guardas, num ataque armado a uma prisão de Ciudad Juárez, junto à fronteira mexicana com os Estados Unidos, em que pelo menos 24 presos fugiram.
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O Ministério Público do estado de Chihuahua indicou, em comunicado, que quatro presos morreram e outros 13 ficaram feridos.
O ataque ocorreu ao amanhecer do domingo. Homens armados chegaram em veículos blindados e abriram fogo sobre os guardas.
Famílias de reclusos estavam à espera de entrar na prisão para visitar familiares por ocasião do Ano Novo.
De acordo com a investigação inicial, o ataque destinava-se a facilitar a fuga de um grupo de prisioneiros.
Com a ajuda do exército, a polícia efetuou quatro detenções, acrescentou o Ministério Público, sem especificar se se tratava de prisioneiros ou assaltantes em fuga.
Revolta e tiroteio
De acordo com os meios de comunicação locais, alguns reclusos revoltaram-se dentro da prisão, ateando fogo a vários objetos e confrontando guardas.
O tiroteio provocou o pânico entre os residentes fora da prisão, e as autoridades municipais pediram às pessoas para se manterem afastadas da área.
O Ministério Público disse que as forças de segurança conseguiram controlar a situação na prisão cerca de cinco horas após o ataque.
A prisão de Ciudad Juárez, cidade crucial para o tráfico de droga para os Estados Unidos, integra membros dos grupos armados dos cartéis de Sinaloa e Juárez, que lutam pelo controlo da região há mais de 15 anos.
A prisão estatal tem sido palco de vários motins, incluindo um que resultou em 20 mortos em março de 2009, um dos mais sangrentos da história do país. Em agosto de 2022, um confronto entre gangues rivais terminou com a morte de três reclusos.
Segundo um relatório da Comissão Nacional dos Direitos Humanos de fevereiro passado, mais de 3700 pessoas estão detidas nesta prisão, embora a capacidade seja de apenas 3135 lugares.
A prisão está sob a jurisdição do governo do estado de Chihuahua.
Os centros de detenção do México, principalmente os geridos pelos estados, sofrem de problemas crónicos de sobrelotação e violência, que se agravaram nos últimos anos devido aos combates entre grupos criminosos.
De acordo com números oficiais, o México registou mais de 340 mil homicídios, na sua maioria atribuídos a organizações criminosas, desde o lançamento de uma controversa ofensiva militar contra a droga em dezembro de 2006.