O Departamento de Defesa norte-americano afirmou que a Rússia ainda não tomou uma decisão final sobre uma eventual invasão da Ucrânia, enquanto Washington continua a identificar um reforço de meios militares russos na região.
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O porta-voz do Pentágono, John Kirby, sublinhou, esta segunda-feira, numa conferência de imprensa na capital norte-americana que os EUA continuam a considerar como "totalmente possível" a Rússia avançar sobre a Ucrânia "num prazo muito curto".
Kirby salientou que nas últimas 48 horas as forças russas continuaram a "adicionar meios militares" ao longo da fronteira com a Ucrânia e Bielorrússia, bem como unidades navais no Mar Negro.
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Para o responsável, estas movimentações significam que Moscovo continua a preparar-se a procurar ter mais soluções para um eventual conflito na Ucrânia.
Ainda segundo Kirby, o secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin, estará na terça-feira em Bruxelas, seguindo para Polónia e Lituânia, para contactos sobre a crise russo-ucraniana.
"Nós compartilhamos com os nossos aliados e parceiros, e isso inclui a Ucrânia, a nossa avaliação das informações que recebemos, e certamente refletimos nessas conversas a nossa profunda preocupação com as capacidades ao dispor do presidente da Rússia, Vladimir Putin", acrescentou.
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O responsável norte-americano recordou as declarações proferidas a 11 de fevereiro pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertando para "a clara possibilidade" da Rússia atacar a Ucrânia durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que terminam dia 20 de fevereiro.
O porta-voz do Pentágono referiu ainda que o "apoio tácito" da China à Rússia, relativamente à questão ucraniana, é "profundamente alarmante" e "ainda mais desestabilizador para a situação de segurança na Europa".
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Também esta segunda-feira, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano realçou que os Estados Unidos não veem "nenhum sinal tangível" de desescalada por parte de Moscovo, perante os crescentes receios dos ocidentais de que a Rússia prepara um ataque militar à Ucrânia.
"Não vemos nenhum sinal tangível e real de desescalada (...) Precisamos de uma desescalada para que a diplomacia avance", sustentou Ned Price.
Numa altura em que se intensificam os receios de um conflito armado, sobretudo à luz do alerta dos Estados Unidos de que um ataque russo pode acontecer "a qualquer momento", o Governo russo disse que há ainda uma "oportunidade" de resolver a crise na Ucrânia através de canais diplomáticos.
As oportunidades de diálogo "não estão esgotadas, (mas) não devem durar indefinidamente", disse o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, acrescentando que Moscovo está "pronto para ouvir contrapropostas sérias".