Secretário de Defesa norte-americano alegadamente criou grupo com mulher, irmão e advogado em que se discutiu ataques contra o Iémen. Pete Hegseth, apoiado por donald Trump, criticou a fuga de informações.
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O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, terá participado num segundo grupo de mensagens na aplicação Signal, desta vez com a presença da mulher, do irmão e do advogado pessoal, em que foi discutido os ataques norte-americanos contra alvos no Iémen, reportou o jornal “The New York Times”, no domingo, com diversas agências de notícias a confirmar a informação. O secretário de Defesa dos EUA rejeitou esta segunda-feira as acusações e recebeu apoio do presidente Donald Trump.
Quatro fontes familiarizadas com a questão, ouvidas pelo diário, revelaram que foram partilhados pormenores como os horários dos voos dos caças usados nos ataques ao Iémen, no dia 15 de março. Tais dados são similares aos que foram partilhados noutra troca de mensagens na mesma plataforma, criada pelo conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, em que um jornalista da revista “The Atlantic” fora adicionado.
O grupo, criado pelo próprio Hegseth através do telemóvel pessoal antes de tomar posse, em janeiro, incluía cerca de uma dezena de pessoas do círculo pessoal e profissional do ex-apresentador da estação Fox News. A mulher Jennifer, antiga produtora no canal, não é funcionária do Departamento de Defesa norte-americano, enquanto o irmão Phil e o advogado Tim Parlatore têm cargos no Pentágono – sem estar esclarecido se ambos deveriam ter acesso a tais informações sensíveis.
Hegseth e Trump reagem
“É isso que os média fazem. Pegam em fontes anónimas de ex-funcionários descontentes e depois tentam cortar e queimar pessoas e arruinar as suas reputações”, declarou Hegseth, na Casa Branca. “Não vai funcionar comigo”, frisou. “Difamações anónimas de ex-funcionários descontentes sobre notícias antigas não importam”, acrescentou.
Donald Trump saiu em defesa do chefe do Pentágono, classificando o caso como “uma perda de tempo”. “Ele está a fazer um ótimo trabalho – perguntem aos hutis como está”, declarou o presidente norte-americano, referindo-se aos rebeldes do Iémen. Segundo o “The New York Times”, o magnata teve um telefonema com o secretário de Defesa ainda na noite de domingo, em que declarou apoio a Hegseth e culpou os responsáveis pela fuga de informações.
A Oposição exigiu a demissão do chefe do Pentágono. “Os detalhes continuam a surgir. Continuamos a aprender como Pete Hegseth colocou vidas em risco. Mas Trump ainda está demasiado fraco para o despedir. Pete Hegseth deve ser despedido”, escreveu o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer.