A capital chinesa registou mais mortes do que nascimentos em 2022, devido ao alto custo de vida e da educação, bem como ao legado da política de filho único que perdurou no país até 2016, durante mais de trinta anos.
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Depois de quase duas décadas, a capital da República Popular da China viu a sua população diminuir. Em 2022, houve mais mortes do que nascimentos em Pequim. De acordo com o relatório das autoridades locais, a taxa de mortalidade da cidade aumentou para 5,72 mortes por mil pessoas, enquanto a taxa de natalidade caiu para 5,67 nascimentos por mil pessoas, resultando num crescimento populacional natural de menos 0,05 por mil habitantes. Esta é a primeira vez que a população retrocede em termos demográficos desde 2003.
Segundo o investigador sénior do Centro de Estudos Políticos da Universidade Victoria, na Austrália, citado pelo "The Guardian", esta diminuição é "muito normal" e deve-se ao "alto custo de vida e de educação e aos níveis de educação em Pequim".
O Partido Comunista Chinês está a tentar reverter a situação para evitar os impactos económicos do envelhecimento da população. Dados oficias do ano passado mostraram que a taxa de natalidade da China caiu para 6,77 nascimentos por mil pessoas, a menor registada.
Durante décadas, a política de filho único da China foi aplicada e só em 2016 é que foi suspensa. Apesar do incentivo aos casais para terem mais do que um filho, as pessoas optam por não fazê-lo, citando fatores como o aumento do custo de vida ou a cultura de trabalho exigente. "É muito difícil casar e ter filhos para viver uma vida estável", afirmou um residente de Pequim de 42 anos, citado pelo "The Guardian".