A investigação ao acidente aéreo que matou Marília Mendonça e outras quatro pessoas, em novembro de 2021, aponta o dedo aos pilotos do Beechcraft "King Air". A aeronave caiu numa catarata a dois quilómteros da pista do aeródromo de Caratinga, região de Minas Gerais, após embater em cabos de alta tensão.
Corpo do artigo
De acordo com o jornal brasileiro "G1", a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou, esta quarta-feira, a conclusão do inquérito sobre a queda do avião onde morreram a cantora Marília Mendonça, o seu produtor Henrique Ribeiro, o seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto e o copiloto do avião.
Segundo as autoridades, o incidente foi provocado pela negligência do piloto e copiloto do avião. Ainda que seja costume os responsáveis pelo voo contactarem outros profissionais quando aterram num aeródromo pela primeira vez, tal não aconteceu.
O avião embateu em cabos de alta tensão ao descer para a pista, sendo que as autoridades aéreas da região já tinham recebido relatos de outros pilotos, em setembro e agosto, de que os cabos atrapalhavam a aterragem no aeródromo de Caratinga.
A PCMG acredita que este é um caso de triplo crime de homicidio qualificado por parte do piloto e copiloto, com a extinção da pena, já que os suspeitos também morreram no acidente, tendo sido sugerido que o caso fosse arquivado.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira já tinha descartado uma falha mecânica como causa do acidente, através de um relatório publicado em maio deste ano.
Segundo o documento, a "avaliação inadequada" do piloto contribuiu para o acidente fatal. Os cabos de alta tensão nos quais o avião embateu estavam abaixo da linha de visão dos pilotos e, no momento do impacto, a sua atenção estava direcionada para a pista de aterragem. O relatório admite, no entanto, que os cabos de energia não contrastavam com a vegetação à volta, reduzindo a perceção a grandes distâncias.
De acordo com as investigações, não havia necessidade de sinalização da estrutura, uma vez que a linha de transmissão estava fora da zona de proteção do aeródromo e "não representava um efeito adverso à segurança".
Ainda assim, em setembro deste ano, a empresa responsável pelos cabos de alta tensão em Minas Gerais instalou uma esfera de sinalização no local onde o avião de Marília mendonça se despenhou.