
A revista masculina Playboy vai deixar de publicar fotografias de mulheres nuas na versão impressa. O motivo é o aumento da pornografia na Internet.
A desculpa de comprar a Playboy "apenas para ler os artigos" vai deixar de ser necessária a partir de março de 2016.
Após 62 anos de existência, a revista masculina mais popular do mundo prepara-se para uma mudança em peso: apesar de manter as imagens provocadoras, a Playboy vai deixar de imprimir fotografias de mulheres nuas.
As revistas pornográficas deixaram de ter a importância cultural dos anos 70. Mesmo a icónica Playboy foi afetada, provavelmente pela facilidade com que hoje em dia se encontram conteúdos sexuais na Internet: segundo o jornal "The New York Times", a circulação diminuiu de 5,6 milhões, em 1975, para 800 mil exemplares, atualmente.
Scott Flanders, o presidente-executivo da empresa, admitiu que a revista foi ultrapassada pelas mudanças pioneiras: "Essa batalha foi travada e vencida. Mas estamos agora à distância de um clique para encontrar qualquer tipo de ato sexual imaginável e de graça. Por isso, agora esta questão é um pouco passé."
Cory Jones, um dos editores da Playboy, disse que a revista vai continuar com a tradição de jornalismo de investigação, entrevistas pormenorizadas e ficção. Mas o público-alvo serão os jovens que vivem na cidade. "A diferença entre nós e a [revista] Vice é que nós estamos a ir atrás do homem com trabalho", afirmou Scott Flanders.
A primeira edição foi publicada em dezembro de 1953 com Marilyn Monroe na capa. Ela não posou para a revista, mas Hugh Hefner, o fundador da empresa, comprou a famosa fotografia tirada por Tom Kelley e começou a chamar à imagem em destaque de "Sweetheart of the Month" (em português 'Querida do mês').
