O cineasta Roman Polansky disse estar "arrependido há 33 anos" de ter abusado sexualmente de uma menor, na sua primeira entrevista após ter sido colocado em liberdade.
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Recorde-se que Polanski foi detido em Zurique, na Suíça, em 2009, acusado de ter abusado sexualmente de uma menina de 13 anos, Samantha Geimer, em 1977. Os pais da menor acusaram-no de ter violado e drogado Samantha e o realizador acabaria por fugir dos Estados Unidos da América.
"As pessoas não compreendem isto nos dias de hoje. Naquela época, uma relação sexual não significava nada. Foi um período breve, entre o controlo da natalidade e a sida. Hoje, o sexo é perigoso, a sida mudou o mundo. Foi preciso julgar os factos no contexto daquela época", disse o cineasta a uma televisão suíça, citado pelo diário espanhol "El Mundo".
Questionado sobre um possível arrependimento, Polanski foi claro: "Tenho remorsos há 33 anos, claro que me arrependo". O realizador franco-polaco lamentou a "pulsão que mudou uma vida em 1977" e comparou-a ao recente caso de Dominique Strauss-Khan, cujo escândalo sexual mais recente levou à sua demissão da liderança do Fundo Monetário Internacional.
Polanski cumpriu três meses de prisão efectiva, seguidos de nove meses de prisão domiciliária, mas diz que não sofreu com a privação da liberdade. Encarou-a antes como "um ano sabático" que serviu para "ver a vida de um outro ângulo".