A polícia norte-irlandesa foi alvo, pela terceira noite consecutiva, de ataques de grupos de "lealistas" em Belfast, após a controversa redução de dias em que a bandeira britânica será içada na Câmara Municipal.
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Grupos violentos atacaram novamente os agentes com bombas de gasolina, petardos, 'cocktails molotov', pedras e bolas de golfe, no leste da capital do Ulster, de acordo com relatórios da polícia.
Durante os tumultos, incendiaram veículos e os agentes prenderam uma pessoa de 38 anos por suspeita de tentativa de assassínio, depois de alegadamente a polícia ter recebido disparos.
Para tentar controlar as centenas de "lealistas" (partidários da permanência da província no Reino Unido), que causam os tumultos, os oficiais usaram três balas de borracha e canhões de água.
Um polícia foi ferido, mas não necessitou de cuidados hospitalares, e foram feitas "várias detenções".
Treze pessoas compareceram sábado perante o Tribunal de Belfast indiciadas por envolvimento nos recentes tumultos, dos quais 11 homens e uma mulher permaneceram detidos e uma outra mulher foi libertada sob fiança.
As revoltas eclodiram sábado, depois de, durante a manhã, mais de mil pessoas se terem manifestado pacificamente aos portões da Câmara Municipal de Belfast para protestar contra a decisão de reduzir o número de dias em que a bandeira britânica vai ficar hasteada.
Grupos de jovens têm realizado um conjunto de manifestações de rua desde o passado dia 03 de dezembro, quando os vereadores aprovaram, por 29 votos a favor e 21 contra, uma moção do partido multiconfessional da Aliança, que permitirá que a bandeira esteja içada apenas em certos dias do ano, tal como ocorre noutros edifícios governamentais e no castelo de Stormont, sede da Assembleia Autónoma.
Até então, a "Union Jack", como é conhecida a bandeira britânica, era içada diariamente na fachada da Câmara, motivo pelo qual os vereadores nacionalistas exigiram a sua retirada definitiva para criar "um ambiente de neutralidade numa cidade dividida".
Os violentos protestos contra essa decisão concentraram-se sábado nas zonas da avenida Templemore e nas estradas Albertbridge e Lower Newtownards.
O presidente da Federação da Polícia da Irlanda do Norte, Terry Spence, disse à imprensa local acreditar que estes ataques foram orquestrados, no caso do este de Belfast, pelo grupo paramilitar protestante, supostamente inativo, Ulster Volunteer Force (UVF), o que não foi confirmado.
Além disso, de acordo com a BBC, alguns "lealista" explicaram que os distúrbios foram causados depois de esses grupos terem sido atacados pelos republicanos.