A polícia de Copenhaga anunciou este domingo ter abatido o alegado autor dos dois atentados que fizeram dois mortos e cinco feridos na capital dinamarquesa.
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"Pensamos que se trata do mesmo homem que foi o autor dos atentados", disse um porta-voz da polícia, Torben Moelgaard Jensen, durante uma conferência de imprensa.
Segundo a versão da polícia, elaborada sobretudo a partir de gravações de vídeo, o homem abriu fogo contra um centro cultural onde se realizava um debate sobre blasfémia, um incidente em que morreu um homem e três agentes ficaram feridos.
O suspeito deslocou-se depois num veículo, que foi encontrado a três quilómetros do local e apanhou um táxi em direção ao bairro de Norrebro, onde foi abatido, de madrugada, depois de alegadamente ter protagonizado um segundo tiroteio frente a uma sinagoga.
O homem - descrito como um jovem entre os 25 e 30 anos de "feições árabes" - permaneceu cerca de 20 minutos naquele local, localizado graças à ajuda do taxista, e a partir do qual se dirigiu ao centro da capital, onde de madrugada matou um jovem judeu de uma sinagoga e feriu dois agentes.
"Há várias coisas que apontam para que assim tenha sido e nada indica todavia que tenha tido colaboradores, apesar de ser algo que devemos investigar em mais detalhe", afirmou o inspetor Jorgen Skov numa breve declaração em que a polícia não aceitou perguntas. As autoridades não facultaram mais dados sobre a identidade ou os motivos do suspeito.
O primeiro tiroteio ocorreu durante a tarde de sábado num centro cultural em que se realizava um debate sobre a liberdade de expressão, para o qual estava convidado o artista sueco Lars Vilks, que vive há anos sob proteção policial devido às ameaças de grupos islâmicos depois de desenhar Maomé como um cão.
Uma pessoa de 55 anos morreu e três agentes ficaram feridos num incidente classificado como atentado terrorista, apesar de as autoridades não terem podido confirmar se Vilks era o alvo.
No tiroteio ocorrido de madrugada junto à sinagoga de Copenhaga morreu, de um disparo na cabeça, um jovem judeu que fazia guarda, enquanto no interior decorria um momento de "bar mitzva" (similar à comunhão no cristianismo), declarou ao canal "TV2 News" Dan Rosenberg Asmussen, porta-voz da Comunidade Judaica na Dinamarca.
O homem não conseguiu entrar no edifício, apesar de ter ferido dois polícias, que se encontram fora de perigo.
"Não me atrevo a imaginar o que podia ter acontecido se tivesse entrado na comunidade", disse Asmussen, que se mostrou "emocionado" e traçou paralelismos entre o incidente e os atentados ocorridos em janeiro em Paris, França
A polícia dinamarquesa abateu a tiro esta madrugada o alegado autor dos atentados, num tiroteio em que nenhum agente ficou ferido e depois de ter cercado o centro da cidade e estação central de Norreport durante horas.