A polícia venezuelana impediu esta quarta-feira uma manifestação de milhares de jovens opositores de chegarem à Defensoria do Povo (Provedoria) em Caracas, num dia em que outra multidão de estudantes apoiantes do Governo também se manifestou na capital venezuelana.
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A manifestação dos opositores marchou desde Bello Monte até à Universidade Central da Venezuela (UCV), para assinalar o primeiro mês do falecimento de três jovens durante um protesto em Caracas.
"Estamos marchando por uma melhor Venezuela, para pedir ao Governo que desarme os grupos violentos, contra a insegurança, a falta de alimentos, a repressão e pela liberdade de expressão", disse Juan Bracho à Agência Lusa.
Por se realizar a pouca distância do local onde estavam os simpatizantes do governo, a marcha dos opositores foi fortemente vigiada pela polícia, que acabou por dispersar o protesto.
Cerca das 14 horas horas locais (18.30 horas em Portugal continental), a polícia usou jatos de água e bombas de gás lacrimogéneo, junto da entrada da UCV, quando os opositores pretendiam avançar, mesmo sem autorização, até à Defensoria do Povo.
Na outra manifestação, partidária da revolução bolivariana, um dos apoiantes do Governo, Jonathan Caraballo, disse à Agência Lusa que "há forças internacionais a estimular os jovens opositores para criar instabilidade no país e a tentar confundir os venezuelanos sobre o que é melhor para o país".
"Estou marchando pela paz, porque já basta de tanta violência fomentada pela oposição. Também pela pátria, pela sua independência, em apoio às missões (programas de assistência social) de educação, de saúde, de alimentação e na defesa da revolução do nosso comandante supremo Hugo Chávez", afirmou.
A marcha dos revolucionários partiu desde Chacaíto (leste) com direção à Praça Venezuelana, onde assistiram a um "concerto pela paz e pela vida", partindo depois em direção à Praça Morelos (centro) para realizar uma "conferência de paz estudantil
Desde há um mês que se registam diariamente protestos em várias localidades da Venezuela, entre manifestações pacíficas e atos de violência que provocaram pelo menos 23 mortos e várias centenas de feridos.