Polícia espanhola trava distribuição de 3,5 milhões pilhas falsas feitas em Portugal
A Polícia Nacional de Espanha fez uma operação em Toledo e intercetou a distribuição de 3,5 milhões de pilhas falsas fabricadas em Portugal. A Imprensa espanhola revelou, esta sexta-feira, a ação policial feita a 10 de junho e que impediu o negócio criado devido à alta procura após o apagão ibérico, a 28 de abril.
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O armazém clandestino em Toledo aproveitou-se da falta de stocks após o grande apagão e embalou 3,5 milhões de pilhas falsas oriundas de Portugal, segundo o jornal "El Confidencial", que seriam entregues em sete camiões num parque industrial ao sul de Madrid e em grandes superfícies comerciais. As embalagens eram, no entanto, de marcas conhecidas.
A operação policial, a maior do tipo na Europa, foi possível após empresas do setor detetarem uma baixa nas vendas de pilhas e baterias na região do armazém industrial, em Toledo. O processo ilegal de produção e distribuição tentava não atrair atenções com a produção de outros bens.
A Polícia Nacional, com agentes especializados na área de Imigração e em Propriedade Industrial e Intelectual, apreendeu paletes com os produtos, bem como as máquinas que serviam para colocar as etiquetas e embalagens. Foram encontradas também 35 paletes com mortalhas, 12 milhões de cartas de jogo falsas, tabaco de enrolar e isqueiros, além de outros itens.
Seis pessoas - cinco homens e uma mulher - foram detidos no armazém onde viviam. Os indivíduos, sem antecedentes criminais e de origem asiática, foram libertados depois de uma audiência com um juiz.
O chefe da Brigada de Imigração e Fronteiras, Víctor de las Heras, citado pela agência Europa Press, explicou que, após o apagão, “uma organização viu uma oportunidade económica e começou a trabalhar em massa para distribuir baterias para grandes centros de produção”. O material nunca chegou, todavia, aos consumidores.
Alguns dos riscos associados a pilhas e baterias falsas são a possibilidade de explosão, de curto-circuitos nos aparelhos e de corrosão, se não estiverem devidamente selados. “Se uma criança pega e mete na boca, chupa ou entra em contacto com a pele, pode ser abrasivo, ou se engole, não quero nem imaginar", disse José Luis Gómez, chefe da Secção de Propriedade Industrial da Polícia Nacional, em declarações reproduzidas pelo diário “El País”.