A polícia norueguesa acredita que Anders Behring Breivik, o autor confesso dos atentados de sexta-feira, que fizeram 76 mortos, actuou sozinho apesar de o seu testemunho feito em tribunal, alegando que contou com duas células de colaboradores.
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"Pensamos que o acusado tem muito pouca credibilidade nas suas declarações, mas nenhum de nós se atreve a descartar completamente qualquer coisa", afirmou à agência Reuters uma fonte ligada à investigação.
Os investigadores também têm dúvidas que Breivik fizesse parte de uma rede mais ampla de "cruzados" islamistas de extrema direita. Consideram que estes comentários correspondem à sua condição de psicopata fantasioso, assim como o seu interesse em gerar confusão.
As autoridades norueguesas planeiam invocar uma disposição do código penal, que pune os "crimes contra a humanidade" com uma pena máxima de 30 anos de prisão, para acusar Anders Breivik , o autor confesso dos atentados de sexta-feira.
O procurador norueguês citado pelo jornal Aftensposten sublinhou que o recurso à nova disposição do código penal, introduzida em 2008, é, para já, apenas uma possibilidade.
Até ao momento, as autoridades norueguesas invocaram apenas a disposição do código penal que se refere aos "actos de terrorismo" e que prevê uma pena máxima de 21 anos de prisão.
Anders Breivik , de 32 anos, mantém o estatuto de suspeito dos atentados, apesar de ter confessado ter sido o seu autor, até ao término da fase de inquérito.
A polícia norueguesa vai publicar, esta terça-feira, a lista das 76 vítimas mortais do duplo atentado de sexta-feira. Oito pessoas morreram em sequência da explosão ocorrida em Oslo e 68 no ataque à mão armada na ilha de Utoeya que teve lugar uma hora e meia depois.
Cerca de 200 mil pessoas participaram, na noite de segunda-feira, na "Marcha das Rosas" em Oslo, liderada pelo primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, e pelo príncipe herdeiro Haakon, horas depois de Breivik ter comparecido perante o juiz, que decretou oito semanas de prisão preventiva, das quais quatro em regime de isolamento total.
Em Oslo, como noutras cidades da Noruega, foram muitas as pessoas que desfilaram com flores e tochas em homenagem às vítimas.