A polícia canadiana conseguiu recuperar a quase totalidade do controlo da cidade de Otava, paralisada durante 24 dias por camionistas que se opunham à política de saúde do governo do país, relacionada com o combate à covid-19.
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As autoridades canadianas anunciaram, este domingo, que detiveram 190 manifestantes e que tinham rebocado cerca de meia centena de veículos. A polícia dispersou os manifestantes com gás pimenta e destruiu abrigos improvisados.
A operação policial "ainda está em curso", segundo as autoridades, que indicaram ter instalado vedações em torno do parlamento canadiano para "garantir que o terreno recuperado [aos protestantes] não será perdido".
Muitos manifestantes anunciaram estar dispostos a prosseguir os protestos até um levantamento completo das restrições anti-covid do país, entre as mais rigorosas do mundo, algumas aligeiradas nos últimos dias.
O movimento histórico de protesto no Canadá, iniciado em finais de janeiro, poderá vir a ter um efeito duradouro nos debates políticos do país.
O movimento inspirou igualmente outros protestos além-fronteiras, nomeadamente em França e na Nova Zelândia.
A polícia de Washington preparava-se este domingo para a eventual chegada de um comboio de camionistas, coincidindo com o tradicional discurso do presidente norte-americano no Congresso dos Estados Unidos em 1 de março, podendo vir a ser instalada uma vedação em torno do Capitólio.
Otava ainda não calculou o impacto económico resultante da crise, durante a qual vários postos fronteiriços importantes entre os Estados Unidos e o Canadá foram paralisados, forçando muitas fábricas a suspender a produção.
O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, tem sido fortemente criticado pela oposição por invocar uma lei de medidas de emergência raramente utilizada em tempo de paz e ainda não fez qualquer comentário público relativamente aos desenvolvimentos da operação de segurança.