
Piquete assinalava a tentativa de golpe de Estado de 1991
Mikhail Voskresensky/Reuters
A polícia deteve esta sexta-feira três pessoas que tentaram assinalar o 20.º aniversário da derrota da tentativa de golpe de Estado comunista na União Soviética com um piquete na Praça Vermelha.
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A 19 de Agosto de 1991, um grupo de dirigentes comunistas ortodoxos tentou, através de um golpe de Estado, derrubar o reformador Mikhail Gorbachov, então Presidente da URSS.
Elena Ukolova, mãe de uma criança de sete anos que desapareceu há um ano, entrou na Praça Vermelha, no coração da capital russa, e abriu um cartaz onde se lia: "Este poder deve sair". Na mão trazia um bastão da polícia com a inscrição: "democratizador".
Segundo Iúlia Gusseinova, porta-voz da organização não governamental Advogados da Rússia pelos Direitos Humanos, que realizou o piquete, "o cassetete simboliza o facto de na Rússia, 20 anos depois de agosto de 1991, ainda reinar a arbitrariedade do poder e a ditadura".
Ukolova foi imediatamente detida por agentes da polícia. Em seguida foi detida Marina Zlotnikova, que empunhou o mesmo cartaz e cassetete. O terceiro detido foi Valeri Tzaturov, que protestou contra a "burocracia corrupta" e exigiu a "demissão de (o primeiro-ministro Vladimir) Putin".
Os três detidos foram conduzidos a uma esquadra da polícia situada perto da Praça Vermelha.
Os organizadores desta acção de protesto anunciaram que irão continua a realizar piquetes na Praça Vermelha até segunda-feira.
Algumas dezenas de pessoas que participaram, em agosto de 1991, na defesa da Casa Branca, onde Boris Ieltsin, então Presidente da Federação Russa, organizou o centro da resistência à tentativa do golpe comunista, encontraram-se no mesmo local para assinalar o acontecimento.
Os poucos manifestantes recordaram os dias da resistência ao comunismo, trocando opiniões sobre a atual situação política na Rússia, e afirmaram esperar que no dia da Bandeira da Rússia, na segunda-feira, o número de manifestantes seja maior.
