A polícia turca usou canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar milhares de manifestantes que, esta quinta-feira, desafiaram a proibição de se manifestar no Dia do Trabalhador, concentrando-se na Praça Taksim, em Istambul.
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Depois de dar um aviso final, centenas de agentes dispersaram os manifestantes, usando gás lacrimogéneo e canhões de água, relata um jornalista da agência de notícias France Presse (AFP).
Cerca de 40 mil policiais, assim como dezenas de canhões de água e veículos blindados, foram mobilizados, sendo que quase metade deste arsenal foi enviado para o centro para isolar avenidas, ruas e becos mais próximos da Praça Taksim que, nos últimos meses, tem sido palco de protestos contra o Governo.
Apesar da situação vivida esta quinta-feira, a confederação sindical TURK-IS teve acesso àquela praça para colocar coroas de flores em memória das 34 pessoas mortas durante um protesto em 1977, quando um grupo de manifestantes desconhecidos disparou tiros para o ar, provocando o pânico.
O sindicato organizou uma outra concentração para a Praça Kadikoy, situada no lado asiático de Istambul, que o Governo tentou impedir sem sucesso.
O governador Huseyin Avni Mutlu explicou, na quarta-feira, que a decisão de proibir a manifestação foi baseada em relatórios que indicavam que existiam "grupos terroristas ilegais" que estavam a planear agitação em Taksim.
Numa tentativa de lidar com as duas multidões de manifestantes dos dois lados do Bósforo, as autoridades decidiram paralisar os transportes públicos da cidade, onde vivem mais de 13 milhões de habitantes: as estradas foram bloqueadas, os serviços de "ferry" cancelados e as estações de metro fechadas.