A polícia ucraniana negou hoje qualquer responsabilidade na morte de dois homens, mas confirmou que foram mortos a tiro, durante os últimos confrontos com as forças de segurança.
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"Os dois homens morreram de ferimentos causados por balas", indicou o ministério do Interior ucraniano, numa declaração.
A polícia identificou as vítimas como Sergei Nigoyan, de 20 anos, oriundo da região industrial de Dnipropetrovsk, e Mikhail Zhiznevsky, de 25, da Bielorrússia.
Na quarta-feira, numa outra declaração, a polícia disse que os dois foram atingidos por munições de espingardas de caça.
A declaração referia que a polícia ucraniana não usava o tipo de munição encontrada nos dois homens mortos durante confrontos na rua Grushevsky, em Kiev.
"Além disso, os agentes da polícia e as tropas do (ministério do) Interior que estão a garantir a segurança pública não têm armas de serviço", acrescentava a declaração assinada por Vitali Sakal, primeiro vice-diretor do principal gabinete de investigação do ministério do Interior ucraniano.
Os investigadores estão a analisar o recurso a armas de fogo, disse. Sakal sugeriu, no mesmo documento, que alguém queria "provocar uma escalada do conflito e justificar o uso de armas pelos manifestantes".
O responsável referiu existirem "diversos vídeos" em que é possível ver pessoas armas. A polícia está a tentar estabelecer todas as circunstâncias dos homicídios, disse.
"Já se definiu que os corpos foram mudados de sítio e que não há testemunhas dos incidentes", de acordo com a mesma declaração.
Ativistas da oposição que se confrontam com as forças de segurança disseram que cinco pessoas morream nos confrontos mais recentes, incluindo quatro mortos a tiro.
Os confrontos desta semana surgem após dois meses de protesto contra a recusa do presidente da Ucrânia, Viktor Ianukovich, de assinar um tratado de associação com a União Europeia, uma decisão alegadamente tomada sob pressão da Rússia.