O "mayor" de Chicago (EUA), Rahm Emanuel, anunciou esta quarta-feira um conjunto de reformas policiais para evitar o alto número de incidentes mortais entre os agentes da polícia e civis naquela cidade norte-americana.
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A braços com petições que exigem a sua demissão, Emanuel indicou que a principal medida passa por se dar "mais tempo e distância" entre agentes e civis, de forma a privilegiar "a conversação e menos a confrontação".
Numa conferência de imprensa, Emanuel, que interrompeu esta semana as suas férias em Cuba após mais uma morte de um afro-americano desarmado às mãos da polícia, apareceu na companhia do superintendente da polícia de Chicago, John Escalante.
"A força deve ser a última opção e não a primeira. (Os polícias) são humanos e também cometem erros", afirmou o "mayor", adiantando, por outro lado, que a polícia vai intensificar a formação dos agentes no uso de armas de choque elétrico, conhecidas por "tasers" e menos mortais.
A ideia, sublinhou, é adquirir centenas destes aparelhos para promover o seu uso em vez de armas de fogo.
Em junho de 2016, acrescentou, todos os agentes da polícia deverão ser portadores de um "taser" nas patrulhas diárias, com o conhecimento de como o usar adequadamente.
Sábado último, a polícia abateu a tiro um jovem negro de 19 anos e uma mulher de 55 anos na sequência de uma altercação doméstica para a qual tinha sido solicitada a presença da polícia.
Mais tarde, a polícia acabou por admitir que se tratou de um "acidente".
As duas mortes, juntas a cerca de uma dezena de outras em idênticas circunstâncias, provocaram uma nova onda de protestos na cidade contra o departamento de Justiça norte-americano, além de petições para a demissão de Emanuel.
Muitos contestatários criticaram o "mayor", considerado "próximo" do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por só agir quando surge uma crise e de não trabalhar para prevenir décadas de abusos policiais na cidade.