O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, atribuiu, esta terça-feira, o Prémio de Solidariedade Lech Walesa à líder das dissidentes cubanas Damas de Branco, Berta Soler, durante uma cerimónia em Miami.
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O evento contou com a presença do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que na ocasião criticou a "opressão" em Cuba.
O prémio tem um valor equivalente a 273 mil dólares (234,6 mil euros) e destina-se a "apoiar as ações dos que mudam o curso da História, ao lutar pela solidariedade e a democracia", disse Sikorski.
O movimento Damas de Branco, que recebeu em 2005 o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu, surgiu por iniciativa de mulheres familiares dos 75 dissidentes e jornalistas independentes detidos e condenados em março de 2003, durante o período de repressão designado como Primavera Negra.
Desde então, as esposas, mães e outras familiares daqueles presos identificaram-se indo sempre vestidas de branco e, depois de participarem na missa de uma igreja católica, começaram a realizar marchas dominicais para pedir a sua libertação, convertendo-se num símbolo da resistência.
Soler, que foi detida várias vezes no último ano, denunciou agora que nas prisões de Cuba "existem mais de mil presos políticos", que, "na sua maioria, manifestaram-se pacificamente, em 11 de julho de 2021, contra a tirania e a repressão".
Rubio, de ascendência cubana, destacou que Soler e as Damas de Branco "negaram-se a abandonar" Cuba para combater "a opressão política". Disse também: "É mais fácil ser crítico de um regime, como muitos de nós somos, nas redes sociais; é mais difícil sê-lo em pessoa com consequências reais na vida diária". Agradeceu ainda ao seu homólogo por a Polónia ser "um extraordinário aliado na causa da liberdade".