Portugal saudou, este sábado, como um passo importante para a paz a proposta do Quarteto para o Médio Oriente sobre o recomeço de negociações entre Israel e a Palestina, que Lisboa diz que devem ser dois Estados "muito em breve".
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"A declaração do Quarteto é um passo muito significativo para que a paz fique ao alcance de todos. É nisto que Portugal se continuará a empenhar, contribuindo para reforçar a confiança, a compreensão mútua e o diálogo entre as partes", disse em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português.
O Quarteto para o Médio Oriente (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas) propôs sexta-feira a israelitas e palestinianos que recomeçassem as negociações de paz - suspensas há cerca de um ano - com o objectivo de chegarem a um acordo final no fim de 2012.
"A actual situação de impasse é insustentável e apenas favorece os grupos extremistas que não querem uma solução equilibrada e justa que permita a coexistência, muito em breve, de dois Estados - Israel e Palestina - vivendo lado a lado em paz e em segurança", refere o comunicado do MNE.
"Portugal congratula-se com a declaração do Quarteto para a imediata retoma das negociações entre israelitas e palestinianos, com vista a alcançar uma paz duradoura e pôr fim a um conflito que perdura há já várias décadas", acrescenta.
No quadro da União Europeia, a diplomacia portuguesa promete também manter o apoio ao trabalho da Alta Representante da união para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Catherine Ashton, no âmbito do Quarteto e em especial para assegurar o cumprimento do calendário previsto até à conclusão das negociações.
"Também como membro não-permanente do Conselho de Segurança, Portugal assumirá as suas responsabilidades com vista a alcançar o mesmo objectivo", diz ainda o comunicado.
Israel e a Palestina receberam hoje de forma diferente a declaração do Quarteto, com os palestinianos a considerar que ficou aquém do esperado e os israelitas a desvalorizar o limite de 2012 para chegar a um acordo de paz.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Riyad al-Malki disse, em declarações à rádio Voz da Palestina que a proposta "não satisfaz as expectativas" porque não refere as fronteiras de 1967, nem o congelamento dos colonatos.
Já o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Danny Avalon afirmou, falando à rádio estatal israelita, que o calendário para o acordo de paz "não é sagrado" e que "o importante na tomada de posição do Quarteto é que não põe condições ao reinício das negociações relativas à colonização e às fronteiras".