A importadora para Portugal do jornal satírico francês "Charlie Hebdo" disse que vão estar à disposição dos portugueses 500 exemplares na próxima sexta-feira, dia em que é colocada à venda a edição pós-atentado à redação do semanário.
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A tiragem da edição especial do "Charlie Hebdo" foi elevada de três para cinco milhões de exemplares para fazer face à procura, disse a distribuidora francesa, segundo a agência de notícias France Presse, revelando que na maior parte dos quiosques do centro de Paris, os exemplares do semanário que saíram, esta quarta-feira, para as bancas esgotaram antes 8.00 horas (7.00 horas em Portugal continental).
A edição saiu em mais de 20 países, com versões em cinco línguas, incluindo o árabe e o turco e foi traduzida em inglês, espanhol e árabe na versão digital e em italiano e turco na versão em papel.
Questionada pela agência Lusa a International News Portugal (INP), importadora do jornal para Portugal, revelou que a próxima edição do jornal a ser distribuída no nosso país será a número 1178, estando disponível para venda em banca, como habitualmente, à sexta-feira.
Ainda de acordo com a informação disponibilizada através de email, o título "terá um aumento de tiragem para 500 exemplares, podendo ser encontrado em pontos de venda que habitualmente comercializam imprensa estrangeira".
As receitas da venda desta edição serão entregues ao editor do "Charlie Hebdo", abdicando quer a International News Portugal (INP) quer a distribuidora de publicações VASP das suas margens de comercialização, de acordo com a importadora do título em Portugal.
O "Charlie Hebdo" foi alvo de um atentado na quarta-feira passada, quando três homens vestidos de preto, encapuzados e armados, atacaram a sede do jornal, no centro de Paris, provocando 12 mortos (10 jornalistas e cartunistas e dois polícias) e 11 feridos.
Apesar do atentado, os colaboradores habituais da redação decidiram publicar nova edição esta quarta-feira, anunciando-a no site da publicação como "o Jornal dos Sobreviventes".
A International News Portugal escusa-se a avançar o número médio de vendas em Portugal e os pontos onde se pode comprar, por "não ter autorização para divulgar dados de circulação dos parceiros internacionais", mas admitiu hoje à Lusa que a procura por esta edição será superior ao habitual.
A INP é responsável pela distribuição em Portugal do "Charlie Hebdo" desde 2002, mas, como a própria empresa refere, o jornal já se vendia no país anteriormente.