Português lidera perseguição a piratas da Somália a bordo de navio de guerra espanhol
Um navio de guerra da marinha espanhola está a perseguir, a toda a velocidade, uma embarcação comercial que terá sido tomada por um grupo de piratas da Somália, esta sexta-feira. O português Martins de Brito, que segue a bordo, coordena a força naval Atalanta, ocupando o posto de comodoro.
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A comunicação da operação, ainda em curso, ao largo do país africano foi feita pela EUNAVFOR - Operação Atalanta, a força naval da União Europeia.
Nas redes sociais, a força conjunta diz que a equipa que segue no navio de guerra "Victoria" está a tentar avaliar o que aconteceu, de forma a coordenar as ações que se podem seguir a este ataque marítimo. Fonte da Marinha portuguesa confirmou ao JN que a bordo da fragata espanhola está o português Martins de Brito, que lidera a força naval europeia.
A Operação Atalanta está novamente a cargo de um oficial da Marinha Portuguesa, até fevereiro do próximo ano.
O capitão Martins de Brito nasceu em Angola, a 5 de janeiro de 1969, tendo ingressado na Marinha, em 1986, e concluído a licenciatura na Escola Naval em Ciências Militares Navais, na classe de Fuzileiros.
O pico da atividade dos piratas registada ao largo da costa do país aconteceu em 2011, com 160 ataques, revelou a ONU. Desde então, a atividade criminosa marítima tem diminuído na região devido ao reforço da presença das armadas norte-americana e aliadas em águas internacionais.
Navio pertence a empresa estatal búlgara
O navio sequestrado no Mar da Arábia é o búlgaro Ruen, um cargueiro de 45 mil toneladas, confirmou hoje o Governo da Bulgária.
"Temos informações sobre o navio sequestrado e sobre os oito búlgaros a bordo", informou a ministra dos Negócios Estrangeiros, Maria Gabriel, referindo-se ao navio com 18 tripulantes provenientes da Bulgária, Myanmar e Angola e que pertence à empresa estatal búlgara Navibulgar.
A empresa Navibulgar afirmou num comunicado que "há razões para acreditar que não há atualmente nenhuma ameaça imediata à tripulação", cujos familiares já foram contactados.
"A falta de informação sugere que se trata de um ataque de pirataria. Se houver razões políticas, as exigências são anunciadas imediatamente. Nos ataques de pirataria, as coisas evoluem de forma mais lenta e sempre confidencial", explicou o capitão, Dimitar Dimitrov, presidente da Confederação Europeia das Associações de Capitães do Mar.