
Teresa Araújo (à esquerda) com a amiga Tara Kehidi (à direita), ambas expulsas do avião
Instagram de Teresa Araújo
Três mulheres, entre elas uma portuguesa, foram expulsas de um voo da companhia aérea "Spirit Airlines", que fazia a ligação entre Los Angeles e Nova Orleães, devido à forma como estavam vestidas. Acusam um comissário de bordo de as ter discriminado e vão avançar com um processo legal contra a companhia.
Teresa Araújo, de 34 anos, viajava para Nova Orleães, na sexta-feira, com a amiga Tara Kehidi, que comemorava 30 anos naquele dia. E o que tinha tudo para ser só uma viagem de amigas resultou num episódio, no mínimo, controverso.
Já depois de embarcarem e assumirem os seus lugares, a dupla foi abordada por um comissário de bordo. "Vistam alguma coisa", ter-lhes-á ordenado. Em declarações à CNN Portugal, Teresa alegou que o ar condicionado estava desligado e que, por estar muito quente dentro da aeronave, as duas amigas tiraram as camisolas que cobriam os crop tops. O facto de a peça de vestuário ser curta levou à expulsão não só das duas, como também de uma terceira mulher e o seu filho.
"Perguntámos se podíamos ver o código de vestuário da companhia. Queríamos saber se existia alguma norma que nos proibísse de usar tops no avião", relembrou Tara, numa entrevista à ABC. A pergunta parece não ter caído bem à tripulação. As jovens foram ameaçadas com Polícia e expulsas da aeronave, mesmo tendo-se disponibilizado para voltar a vestir as camisolas.
Os restantes passageiros não ficaram indiferentes à situação. Carla Hager, que estava no assento à frente das duas amigas, interveio junto dos comissários de bordo para salientar o calor que se fazia sentir dentro do avião. "Se o vosso corpo é inadequado, pois o meu também é porque tenho um top curto por baixo da camisola". Depois destas palavras, Carla abandonou a avião, juntamente com o filho, Tara e Teresa.
Em comunicado à imprensa, a "Spirit Airlines" diz que "o Contrato de Transporte, com o qual todos os passageiros concordam quando fazem uma reserva, inclui determinadas normas de vestuário". O mesmo documento determina que qualquer pessoa expulsa de um voo não tem direito a reembolso nem a lugar num outro voo. De volta ao aeroporto, a Polícia deu razão às duas jovens: "Disseram que não devíamos ter saído do avião e que devíamos processar a companhia", recorda Teresa à CNN Portugal.
Indignadas, Tara e Teresa recorreram às redes sociais para divulgarem vídeos que gravaram à medida que a situação se agravava. "Estamos em 2024 e as mulheres continuam a ser discrimimadas", ouve-se num nos vídeos publicados no TikTok.
As duas amigas viram-se obrigadas a pagar mais mil dólares (cerca de 900 euros) num voo de uma outra companhia para realizarem a viagem. Vão avançar com um processo legal contra a "Spirit Airlines".

