Direita mantém hegemonia na região. Bloco Nacionalista Galego consegue resultado histórico num Parlamento que sai das eleições autonómicas reconfigurado.
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Sem surpresa, o Partido Popular (PP), de Alfonso Rueda, venceu as eleições autonómicas da Galiza com 47,41% dos votos, revalidando a maioria absoluta que já dura há longos anos. O Bloco Nacionalista Galego (BNG), que conquistou 31,57% dos sufrágios, mantém-se como segunda força política, mas com um crescimento acentuado. A grande novidade do escrutínio é a Democracia Ourensana (DO), que passa a sentar um deputado num Parlamento onde só três partidos estavam representados.
Apesar de segurar a hegemonia na Galiza, o PP perdeu dois lugares no Parlamento, passando a contar 40 deputados – o suficiente para alcançar a maioria de 38 lugares. Em contrapartida, o BNG, que ficou novamente em segundo lugar, mas teve o melhor resultado de sempre, viu a sua influência subir. O partido de Ana Pontón vê o número de cadeiras crescer de 19 para 25.
Contudo, a ascensão dos nacionalistas galegos só foi possível, segundo os especialistas em política espanhola, devido à queda de confiança no Partido Socialista da Galiza (PSdeG-PSOE), que registou 14,03% dos votos. O partido de José Ramón Besteiro, que tinha 14 assentos, será agora representado por apenas nove socialistas. Embora os nacionalistas galegos tenham conseguido um crescimento histórico, a perda de apoio aos socialistas fez cair a hipótese de uma coligação de Esquerda.
Com 1,01% das preferências, a DO emerge como a grande surpresa da noite. O partido criado em 2001, e que assume as rédeas da Câmara de Ourense (uma das quatro províncias da Galiza), bate-se pela defesa da cidade, que considera discriminada pelas políticas da Xunta. Desde que começou a marcar presença na corrida eleitoral regional, tem captado uma ascensão regular, mas só nestas eleições foi capaz de conquistar um assento na casa da democracia galega, reconfigurando a estrutura do Parlamento que, até agora, só contava com deputados do PP, BNG e PSdeG-PSOE.
Nos próximos quatro anos, a Galiza vai continuar a destacar-se por ser a única região de Espanha onde a extrema-direita ainda não conseguiu penetrar. O Vox teve 2,19% dos votos e não será representado por nenhum parlamentar. Os resultados do escrutínio também se mostraram negativos para o Sumar (1,89%) e para o Podemos (0,26%), que ficam de fora do Parlamento. Os votos dos emigrantes ainda não foram contabilizados.