O Governo da Ucrânia advertiu, esta terça-feira, a Rússia de que recusa pagar mais de 387 dólares (280,5 euros) por cada 1.000 metros cúbicos de gás importado, na sequência do anúncio por Moscovo do fim de todos os descontos a Kiev.
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"Vamos pagar 387 dólares por 1.000 metros cúbicos. Se fixarem outro preço, pagamos na mesma 387 dólares. Eles que vão para tribunal", afirmou à imprensa o ministro da Energia, Iuri Prodan, citado pela agência Interfax Ucrânia.
Moscovo anunciou na semana passada o fim, a partir de 1 de abril, do desconto aplicado ao gás como contrapartida pela utilização da base naval de Sebastopol, na Crimeia, península do sul da Ucrânia anexada pela Rússia.
O desconto, de 100 dólares por cada 1.000 metros cúbicos, foi consagrado nos chamados acordos de Kharkiv, assinados em 2010 pelo presidente ucraniano Viktor Ianukovich e que preveem o prolongamento da autorização de utilização da base naval até 2042.
Antes, a empresa estatal russa Gazprom já tinha anunciado o fim de um outro desconto, concedido a Ianukovich em dezembro, o que fez subir o preço do gás pago por Kiev de 280 para 380 dólares.
Na sexta-feira, o diário económico russo Kommersant noticiou que a anulação dos acordos de Kharkiv pode elevar o preço para 480 dólares, um preço mais alto que o cobrado a qualquer dos outros clientes da Gazprom na Europa.
O ministro da Energia ucraniano afirmou hoje que, até ao momento, a Rússia não deu nenhum passo formal para a denúncia dos acordos.
"Não foram dados quaisquer passos para alterar os acordos oficialmente. Só há declarações", disse.
