O presidente do Parlamento Europeu afirmou, esta quarta-feira, que a escalada da violência na Ucrânia é inaceitável e revela que as autoridades estão a perder a autoridade, pedindo sanções para os envolvidos em violações de direitos humanos.
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"Há uma tragédia a acontecer na Ucrânia, o falhanço das autoridades em alcançar um diálogo genuíno levou a uma nova onda de violência e à morte de muitos manifestantes e polícias. Isto é chocante e inaceitável e requer uma ação forte e urgente", afirmou Martin Schulz, numa mensagem enviada à Imprensa.
O responsável alemão considerou que é preciso evitar a todo o custo "novos banhos de sangue" e que os acontecimentos de terça-feira mostram que as autoridades estão a perder "toda a legitimidade".
Na missiva, o chefe do Parlamento Europeu adiantou ter convocado para quinta-feira uma discussão sobre a Ucrânia na conferência de líderes parlamentares europeus, em que deverá estar presente o comissário do Alargamento, Stefan Fule.
"As autoridades ucranianas devem abrir caminho para um governo de transição nacional e eleições antecipadas de modo a que legitimidade democrática seja recuperada", sustentou Schulz.
Na opinião do presidente do Parlamento Europeu, o povo deve poder "expressar a sua opinião nas urnas" e não "com pedras e paus".
"Apelo às autoridades para que acabem com esta reação policial, a oposição deve também evitar reagir a provocações de violência, o diálogo tem de ser reposto", acentuou.
Martin Schulz advogou ainda que a União Europeia deve ponderar sanções direcionadas para pessoas envolvidas em situações de violação de direitos humanos e a adoção de um pacote de ajuda financeira caso se verifiquem melhorias na situação social e política.
Pelo menos 25 pessoas morreram, na terça-feira, nos confrontos entre manifestantes e autoridades em Kiev, capital da Ucrânia, revelou o Ministério da Saúde em comunicado.
Além das vítimas mortais, outras 241 pessoas foram hospitalizadas, incluindo 79 polícias e cinco jornalistas, acrescenta-se na nota.
Os acontecimentos de terça-feira em Kiev foram referidos pelo presidente Viktor Ianukovitch como o "ultrapassar dos limites" pela oposição, que apelou ao uso de armas para enfrentar as forças da ordem.