Presidente do Quénia diz que responsáveis pelo ataque ao centro comercial foram localizados
O presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, afirmou, este domingo, que as forças de segurança no centro comercial em Nairobi conseguiram localizar os atacantes numa das áreas do edifício e têm "uma boa hipótese de neutralizar os terroristas com sucesso".
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Em comunicado à imprensa, o presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, disse que as forças de segurança conseguiram localizar os terroristas responsáveis pelo ataque que, sábado, provocou pelo menos 68 mortos, no Quénia. O número foi atualizado pela Cruz Vermelha queniana, depois de serem retirados nove corpos do interior do edifício.
"Temos medo que o número de mortos possa ser muito, muito mais alto do que temos agora, julgando pelo número de corpos que vimos dentro do edifício", disse um agente da polícia à AFP.
Entretanto, as forças de segurança publicaram no Twitter que estão a preparar um ataque com o objetivo de pôr um fim ao sequestro que se prolonga por dois dias. O presidente Kenyatta assegura que será aplicada uma punição "rápida e dolorosa" aos responsáveis pelo atentado.
Na noite de sábado, as autoridades quenianas confirmaram que as forças de segurança conseguiram controlar o primeiro e o segundo andar do centro comercial onde teve lugar o ataque, enquanto continuavam os esforços para dominar o rés-do-chão e o piso subterrâneo
O ataque começou ontem quando um grupo, de aproximadamente 10 homens armados, entrou no centro comercial de Westgate, na capital do Quénia, e matou pelo menos 68 pessoas, além de ter provocado 175 feridos. Apesar das forças de segurança quenianas terem retirado do edifício mais de mil pessoas, alguns civis mantiveram-se dentro do centro comercial, escondidos ou tomados reféns.
Segundo o canal televisivo norte-americano ABCNews, pelo menos 30 pessoas continuam presas dentro do centro comercial em Nairobi.
"A prioridade é salvar tantas vidas quanto seja possível", afirmou o ministro do interior, Joseph Lenku.
O ataque foi reivindicado, no final da tarde de sábado, pela milícia somali islamita Al-Shabaab, grupo que mantém ligações com a al-Qaeda. Numa publicação no Twitter, o grupo justificou o atentado como represália à presença das tropas quenianas na Somália, desde 2011.
Entre as fatalidades, encontram-se cidadãos de nacionalidades estrangeiras: três britânicos, duas mulheres francesas, um diplomata canadiano, um mulher chinesa, uma mulher alemã e o poeta ganês Kofi Awoonor. Ao "Jornal de Notícias", o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cenário, disse, na noite de sábado, que não havia indicação de portugueses entre as vítimas.
Entre as vítimas encontra-se também o sobrinho do presidente do Quénia.
De acordo com o jornal "The Guardian", entre os 59 mortos há vítimas entre os 2 e os 78 anos. Uma grande parte das vítimas encontrava-se no edifício para assistir a uma competição de cozinha.
Hannah Chisholm, uma britânica que se encontrava de visita a Nairobi, contou ao canal BBC que se barricou, com mais de 60 pessoas, dentro de um armazém do centro comercial. "Nós continuamos a correr para lugares diferentes mas os tiros soavam cada vez mais alto", afirmava. "Tínhamos crianças connosco e uma pessoa que tinha sido atingida".
No fim da tarde de domingo, perante a perspetiva de uma segunda noite de terror no centro comercial, um homem britâncio contou à BBC que a sua mulher e filha continuam dentro do edifício. "Tudo o que espero é que elas estejam bem, estão escondidas e à espera para sair", contou.