O movimento A República Em Marcha, do Presidente Emmanuel Macron, tem maioria absoluta na Assembleia Nacional, com pelo menos 355 lugares em 517. Segue-se a direita, com 125, numa eleição que teve 57% de abstencionistas.
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A segunda volta das eleições legislativas francesas foi, como previsto, sem surpresas.
O recém-eleito Presidente da República, Emmanuel Macron, é praticamente coroado rei da nação com a sua República em Marcha (LREM) a conquistar pelo menos 355 lugares na Assembleia, na pior das estimativas lançadas no fecho das urnas e bem longe adiante - na verdade maioria de dois terços) da coligação de direta liderada por "Os Republicanos" (125).
Sem surpresas? De todo: apenas foram votar 42% a 43% dos inscritos. Os franceses bateram ontem o recorde da abstenção.
A vitória anunciada do partido do Presidente, a longa maratona eleitoral iniciada em outubro, com as primárias da direita, e um desinteresse crescente pela política poderão explicar a elevada abstenção.
Ainda assim, o movimento A República em Marcha varreu os partidos tradicionais de direita e de esquerda que estruturam a vida política francesa há décadas.
Muito atrás do partido vencedor, Os Republicanos (direita) e os seus aliados centristas obtêm entre 97 e 130 assentos, abaixo das previsões após a primeira volta, depois da campanha ficar marcada por escândalos envolvendo o candidato presidencial.
À esquerda, o Partido Socialista, que controlava metade da Assembleia cessante, ficou reduzido a entre 46 e 50 deputados.
A única consolação é que o PS se mantém a principal força de esquerda, à frente da esquerda radical, que reúne 28 a 30 lugares no parlamento.
A extrema direita da Frente Nacional obtém entre quatro e oito lugares, contra dois em 2012, com a sua líder, a candidata presidencial Marine Le Pen a conquistar pela primeira vez um assento na Assembleia nacional francesa, após uma primeira tentativa nas legislativas de 2012.