O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, ordenou hoje, segunda-feira, à Gazprom que comece a reduzir os fornecimentos de gás à Bielorrússia, mas pediu para que se dê continuidade às conversações com Minsk sobre a dívida à empresa de gás russa.
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Para hoje, segunda-feira, estão marcadas conversações entre representantes da Rússia e da Bielorrússia com vista a regularizar este conflito.
"Informe-me do andamento das conversações com a Bielorrússia sobre a dívida pelo fornecimento de gás e quais os resultados dessas conversações", ordenou Medvedev a Alexei Miller, presidente da Gazprom.
"A Bielorrússia reconhece a dívida pelo gás, mas propõe-se pagar com máquinas, equipamentos e outras mercadorias. Desse modo, reconhece que existe a dívida", informou Miller.
Medvedev comentou que, segundo a lei russa, as empresas estrangeiras devem pagar apenas com moeda estrangeira e frisou que "a Gazprom não pode receber como pagamento nem bolos, nem óleo vegetal, nem outras formas de pagamento".
Miller declarou que a Gazprom irá começar a reduzir os fornecimentos "a partir da manhã de hoje".
"Comecem, mas mantenham contactos com os parceiros bielorrussos e despertem neles a vontade de cumprir o contrato em conformidade com as regras existentes entre a Gazprom e outros contra-agentes", concluiu o dirigente russo.
A Gazprom declarou que a dívida de 192 milhões de dólares (cerca de 154 milhões de euros) surgiu devido ao facto de a Bielorrússia, em 2010, ter decidido unilateralmente pagar o gás ao preço do ano passado: 150 dólares (120 euros) por mil metros cúbicos, enquanto que, segundo o contrato assinado, tem de pagar 174 dólares (cerca e 140 euros).
Alexandre Lukachenko, Presidente da Bielorrússia, responde que o seu país não só não deve nada à Gazprom, mas deve receber da empresa russa 200 milhões de dólares (160,6 milhões de euros) pelo transporte de combustível azul para a Europa.
Alexei Miller, director da Gazprom, desmente essa declaração e frisa que a suspensão dos fornecimentos de gás à Bielorrússia não irá afectar a entrega do gás russo aos clientes europeus.
"Eu penso que devemos analisar estes problemas de forma muito, muito calma. Existem possibilidades técnicas de fornecer gás através da Ucrânia para a Polónia", frisou.
Além disso, assinalou que, nos últimos tempos, muitos países europeus estão a diminuir a compra de gás.