Um ano depois do anúncio do "fim definitivo da luta armada" por parte do grupo separatista basco, parece confirmar-se o cenário de transferência da luta independentista para o plano político.
Corpo do artigo
É isso que indica a entrada na campanha eleitoral do coletivo de presos da ETA, que apelou, na sexta-feira, ao voto na coligação de esquerda abertzale Bildu, num comunicado divulgado no diário "Gara".
Há um ano, pensou-se que o histórico passo dado pela ETA pudesse culminar na dissolução completa da organização, que durante cerca de meio século e foi responsável por mais de 800 vítimas mortais. Mas esse cenário ainda não se concretizou.
Nos últimos 12 meses, para além da redução no número de guarda-costas que acompanham os membros do Governo, poucas mudanças se verificaram. O Executivo de Rajoy manteve-se indisponível para dialoga e não deu mostras de grandes cedências no campo penitenciário.
De resto, o atual conflito parece estar agora concentrado nos cerca de 600 membros da ETA que o Estado espanhol mantém nas suas prisões. E, contrariando as petições da organização separatista, o Ministério do Interior aumentou a dispersão desses reclusos, mas apresentou-lhes um "plano de reinserção" para cumprir a sentença no País Basco: assinar uma declaração pública de rutura com a ETA. Seis meses depois, nenhum aceitou a oferta.