Robert Francis Prevost, eleito Papa esta quinta-feira, chegou ao Peru como um jovem missionário agostiniano e, do país sul-americano, partiu como bispo para o Vaticano, para se tornar uma figura central na administração do Papa Francisco. Agora, é o Papa Leão XIV.
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Reservado e discreto, o Papa oriundo dos Estados Unidos diverge do antecessor argentino na abordagem. “Ele não comete excessos. Abençoar bebés, sim. Pegá-los ao colo, não”, contou ao jornal “The New York Times” o padre Michele Falcone, que considera o mentor e amigo o “meio-termo digno”. Esta é a análise pré-Conclave daquele que integra a Ordem de Santo Agostinho, que Prevost já liderou.
Chegou a ser apelidado de “o menos americano dos americanos” pelo periódico italiano “La Repubblica”, devido à voz suave. Apesar disso, pessoas próximas de Leão XIV consideram-no leal a Francisco e com preocupações em comum em temas como a pobreza e a imigração, tendo testemunhado a situação no Peru com a chegada de venezuelanos.
Robert Francis Prevost nasceu a 14 de setembro de 1955 em Chicago, no estado de Illinois, filho de Louis Marius Prevost e de Mildred Martínez. Estudou no Seminário Menor dos Padres Agostinianos antes de se licenciar, em 1977, em Matemática na Villanova University, na Pensilvânia.
Ingressou naquele ano no noviciado da Ordem de Santo Agostinho e, em 1981, fez os votos solenes. Como elemento agostiniano, manteve a dedicação aos estudos, tendo-se tornado mestre em Teologia, no Catholic Theological Union, de Chicago e, posteriormente, tornou-se doutor em Direito Canónico pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma, em 1987.
Ordenado sacerdote em 1982, realizou trabalho missionário em 1985 em Chulucanas, no Peru, e, a partir de 1988, ingressou na missão de Trujillo, onde exerceu diversos cargos durante uma década. Regressou aos EUA em 1999, onde ocupou altas posições na Ordem dos Agostinianos.
Voltou ao Peru em 2014, quando o Papa Francisco o nomeou administrador apostólico da diocese de Chiclayo, onde se tornou bispo, entre 2015 e 2023. Este ano foi especial para Prevost, quando ascendeu ao Colégio Cardinalício e indicado para o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, um dos principais no Vaticano. Também ocupou o cargo de presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.