A primeira vacina testada em humanos contra a covid-19, criada por uma farmacêutica norte-americana, foi considerada "segura e bem tolerada em geral", de acordo com a empresa.
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Os resultados preliminares do ensaio clínico, iniciado em março com um grupo de 45 voluntários, de um total de 600, mostram que oito pessoas produziram anticorpos que bloqueiam a capacidade do vírus Sars-Cov-2 infetar as células do organismo, de acordo com o site da agência Reuters.
A Moderna Therapeutics, com sede em Cambridge, Massachusetts, EUA, anunciou que a vacina criada já tinha permitido garantir uma "proteção completa" contra a multiplicação do vírus nos pulmões de ratos vacinados e depois infetados, em testes realizados anteriormente em colaboração com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA (NIAID).
Depois dos testes em animais, segue-se a fase 2 do estudo, que vai envolver 600 voluntários saudáveis. A ambição da farmacêutica é avançar já em julho para a fase 3 do ensaio, com a inoculação de milhares de pessoas para demonstrar a segurança e eficácia do antídoto.
Os resultados da investigação em curso demonstraram que os oito indivíduos, com idades entre os 18 e os 55 anos, que receberam uma dose de 100 microgramas e outros de apenas 25 tinham níveis de anticorpos protetores contra a covid-19 iguais ou até superiores aos doentes que tinham recuperado da doença.
O laboratório acredita que a vacina para disponibilizar à população em geral poderá estar pronta no início de 2021.
Ações da farmacêutica disparam
A Moderna Therapeutics foi a primeira a avançar com testes em humanos e assim que os resultados preliminares da nova vacina foram anunciados, esta segunda-feira, os mercados animaram-se e as suas ações dispararam 25%.
A farmacêutica anunciou uma oferta pública de ações no montante de 1,25 mil milhões de dólares (cerca de 1,14 mil milhões de euros) para financiar a eventual produção e comercialização da vacina.
A verba dos 1,25 mil milhões de dólares, segundo a Moderna anunciou em comunicado, vai ser destinada à "distribuição nos EUA e fora" do país da mRNA-1273, "assumindo que se mantém a aprovação regulatória, e se sobrar algum montante, para o financiamento do desenvolvimento clínico e descoberta de fármacos em áreas terapêuticas existentes e novas".