A chanceler alemã, Angela Merkel, e os seus aliados conservadores reuniram-se esta quarta-feira em Berlim com os responsáveis do Partido Social-Democrata (SPD), como preâmbulo das negociações que se anunciam complicadas para formar um novo Governo.
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Esta primeira reunião do novo ano visa definir o conteúdo e as modalidades das negociações, que começam oficialmente no domingo e que devem durar seis dias.
Contudo, os potenciais parceiros asseguraram, num breve comunicado emitido no final do encontro: "A confiança aumentou, iniciamos as negociações com otimismo".
Pouco antes, a chanceler e o presidente do partido bávaro seu aliado CSU, Horst Seehofer, tinham-se reunido para definir uma posição conjunta em relação aos social-democratas.
As conversações começaram numa atmosfera tensa, pois nos últimos dias a CSU colocou várias condições nos antípodas das posições do SPD de Martin Schulz, como o reforço do orçamento da Defesa e o endurecimento dos critérios de acolhimento de refugiados.
"A Alemanha não quer continuar a ser o centro de atração para os refugiados de todo o mundo", disse um dos seus dirigentes, Alexander Dobrindt, numa entrevista ao jornal regional "Münchner Merkur".
O partido conservador bávaro também rejeitou os projetos social-democratas que visam impulsionar os investimentos na Educação.
O partido CSU, também ele mal qualificado pelos eleitores nas eleições legislativas de 24 de setembro, já entrou em campanha para eleições regionais este inverno na Baviera, onde a sua maioria absoluta é ameaçada pela forte subida do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Três meses após as legislativas de que saiu vitoriosa, mas enfraquecida, Angela Merkel vê-se obrigada a tentar encontrar um compromisso com os social-democratas se quiser continuar a chefiar um executivo apoiado por uma maioria na câmara dos deputados.
A chanceler, relutante em relação à ideia de um Governo minoritário, falhou em novembro um acordo com os ecologistas e os liberais.
No final, caberá a um congresso do SPD marcado para 21 de janeiro decidir se o mais velho partido da Alemanha se juntará ou não a uma coligação com os conservadores.
Em 12 anos de poder, Angela Merkel já governou duas vezes com o SPD, que foi cilindrado nas eleições e está dividido quanto à direção a tomar: uma temporada na oposição ou uma nova aliança com Merkel, para evitar novas eleições que poderiam sobretudo beneficiar a AfD.