Primeiro-ministro australiano vai questionar detenção de escritor em encontro com Xi Jinping
O primeiro-ministro da Austrália disse, este sábado, que vai protestar, num encontro com o presidente chinês, contra a falta de transparência no tratamento do escritor e académico sino-australiano Yang Hengjun, detido há cinco anos em Pequim.
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A detenção de Yang, que ainda não foi condenado, é um dos temas que vai ser abordado numa reunião, na segunda-feira, com Xi Jinping, disse Anthony Albanese aos jornalistas em Darwin, no norte da Austrália, horas antes de viajar para Xangai. "Vou dizer que o caso do doutor Yang tem de ser resolvido e vou falar dos seus direitos humanos, da natureza da detenção e da falta de transparência dos processos", notou Albanese.
Yang Hengjun, acusado de espionagem, encontra-se num centro de detenção de Pequim a aguardar a sentença de um julgamento à porta fechada que começou em 2021. A família de Yang, de 58 anos, receia que o homem esteja a morrer.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês defendeu, esta semana, a acusação de Yang, afirmando que o caso tem sido tratado de acordo com a lei.
Albanese torna-se hoje o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas relações tensas entre as duas nações desde que o Governo de centro-esquerda da Austrália foi eleito no ano passado.
O primeiro-ministro australiano tem vindo a abordar com líderes chineses a situação de Yang e da jornalista Cheng Lei, libertada e deportada no mês passado, após três anos de detenção em Pequim, por ter quebrado por alguns minutos um embargo imposto pelo Governo.
A libertação de Cheng foi interpretada como uma concessão chinesa antes da visita de Albanese.