O primeiro-ministro checo, Petr Necas, apresentou, esta segunda-feira, oficialmente a sua demissão na sequência de um escândalo de corrupção que envolve uma colaboradora próxima.
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Necas apresentou a demissão ao presidente Milos Zeman, o que implica, segundo a Constituição, o fim do seu governo, que ficou apenas incumbido de gerir os assuntos correntes.
"Peço-lhe para despachar os assuntos correntes até à nomeação do novo governo, sem tomar decisões estratégicas", declarou o presidente.
Zeman anunciou que vai reunir-se nos próximos dias com os chefes dos partidos representados no Parlamento para "discutir a situação política".
A chefe de gabinete de Necas, Jana Nagyova, 48 anos, foi detida preventivamente no sábado na sequência de uma investigação sobre corrupção e abuso de poder.
Nagyova, que segundo a imprensa checa terá "uma relação próxima com Necas", é acusada pelo Ministério Público de organizar uma rede de espionagem ilegal, subornos e abuso de poder.
Uma das pessoas vigiadas terá sido a mulher do primeiro-ministro, Radka Necasova, segundo fontes judiciais.
Necas, que anunciou há dias que está a divorciar-se, também se demitiu da liderança do partido de direita ODS, uma das três forças que integram a coligação no poder desde julho de 2010.
Os três partidos defendem que seja nomeado um novo primeiro-ministro proposto pelo ODS enquanto a oposição de esquerda exige eleições antecipadas.
No entanto, Zeman declarou recentemente que é favorável à realização de legislativas em simultâneo com as eleições europeias de 24 e 25 de maio de 2014 para poupar o dinheiro dos contribuintes.