O primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orban, recebeu este domingo a vacina chinesa Sinopharm contra a covid-19, que não tem autorização da União Europeia (UE).
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"Estou vacinado", escreveu Orban na rede social Facebook, onde publicou fotografias suas recebendo a vacina chinesa com a qual a Hungria começou a imunizar a população na última quarta-feira, após ter recebido as primeiras 550 mil doses do total de cinco milhões encomendadas.
A Hungria é, neste momento, o único país da UE que comprou vacinas não autorizadas pela União Europeia, como a Sinopharm e a russa Sputnik V.
Até ao momento, 677.682 pessoas do total de 9,7 milhões de habitantes da Hungria receberam, pelo menos, a primeira dose da vacina contra a covid-19.
Orban já havia anunciado que seria vacinado com Sinopharm, num gesto que pretende melhorar a aceitação pela população húngara da vacina chinesa, que merece atualmente muito pouca confiança naquele país da Europa Central.
Esta semana, o primeiro-ministro salientou que, enfrentando atualmente a Hungria a terceira vaga da pandemia, é muito importante a disponibilidade de mais fármacos.
De acordo com um inquérito efetuado no final de janeiro, entre os húngaros que afirmam querer ser vacinados, 91% têm preferência pela vacina daPfizer/BioNTech, 77% pela da Moderna, 35% pela Sputnik V e 27% pela chinesa Sinopharm.
Os cidadãos húngaros podem recusar a vacina que lhes é proposta, mas, nesse caso, têm de aguardar pela disponibilidade do medicamento da sua escolha.
Na sexta-feira, Viktor Orban afirmou que a utilização de vacinas chinesas e russas, e não apenas as aprovadas pela União Europeia, fará com que a Hungria seja em abril o país comunitário líder da imunização.
"No domingo de Páscoa (04 de abril) todos os que se tenham inscrito terão recebido pelo menos a primeira dose da vacina e, na Europa, a Hungria terá a maior taxa de vacinação", declarou o governante na rádio pública Kossuth.
Segundo essa estimativa e o número de pessoas que pediram para ser vacinadas, a Hungria terá imunizado nessa data com pelo menos uma dose quase 27% da população, a partir dos atuais 7,4%.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.526.075 mortos no mundo, resultantes de mais de 113,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.