O primeiro-ministro egípcio, Kamal el-Ganzuri, afirmou este domingo que a situação económica do país é "muito mais grave" do que previsto e que está a avaliar medidas para reduzir o défice, superior a dois mil milhões de euros.
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"A situação económica é muito mais grave do que pensávamos", disse o primeiro-ministro numa conferência de imprensa, citando como exemplo a indústria de hidrocarbonetos.
"O sector petrolífero, verdadeira galinha dos ovos de ouro para todos os países do mundo, está endividado junto da banca em 61 mil milhões de libras egípcias" (cerca de 7,6 mil milhões de euros), disse, acrescentando que o Ministério das Finanças desbloqueou desde Julho mais de 224 milhões de euros para o sector.
El-Ganzuri, que chorou perante aos jornalistas enquanto falava sobre a situação do país, atribuiu os maus resultados a "desvios durante os dez últimos anos", sob o regime do Presidente Hosni Mubarak, afastado em Fevereiro por uma revolta popular.
O primeiro-ministro disse também, por outro lado, que a dívida interna cresceu nos últimos cinco anos "cinco a seis mil milhões de libras por mês (620 a 740 milhões de euros), contra 600 mil a 700 mil libras (75 mil a 87 mil euros) por mês nos anos 1990".
El-Ganzuri, recentemente nomeado pela junta militar que governa o Egipto desde a revolução, afirmou pretender "reduzir a dívida em 20 mil milhões de libras" (cerca de 2,5 milhões de euros).