O primeiro-ministro escocês, Humza Yousaf, apresentou esta segunda-feira a demissão, após uma semana de caos desencadeado pela rutura inesperada de um acordo de coligação com os Verdes da Escócia. Continuará no cargo até ser nomeado um sucessor.
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Pouco mais de um ano depois de assumir funções, Yousaf renunciou ao cargo de líder do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês) e primeiro-ministro da Escócia.
Numa conferência de imprensa em Edimburgo, o primeiro-ministro disse ter concluido que "a reparação da divisão política só pode ser feita com outra pessoa a liderar" o governo descentralizado da Escócia.
"Para que um governo minoritário possa governar de forma eficaz e eficiente, a confiança quando se trabalha com a oposição é claramente fundamental", afirmou. "E, embora fosse absolutamente possível ultrapassar a moção de censura desta semana, não estou disposto a ignorar os meus valores e princípios ou a fazer acordos com quem quer que seja apenas simplesmente para manter o poder", acrescentou.
Rutura com os Verdes
Na quinta-feira, Humza Yousaf, anunciou o fim da aliança parlamentar que mantinha com o Partido Verde Escocês, depois de ter desistido de algumas metas ambientais com as quais se tinha comprometido, assumindo que a coligação "já tinha servido o seu propósito".
Alvo de duras críticas, o primeiro-ministro demissionário não conseguiu garantir apoio suficiente para sobreviver a uma moção de censura apresentada pelo Partido Conservador, com apoio dos Verdes.
Yousaf afirmou inicialmente que pretendia manter-se no posto e liderar um governo minoritário, mas além da moção de censura a si próprio, o Partido Trabalhista também anunciou uma moção de censura ao governo.
"A fim de assegurar uma transição harmoniosa e ordenada, tenciono continuar como primeiro-ministro até que o meu sucessor seja eleito", referiu.
Humza Yousaf foi eleito sucessor de Nicola Sturgeon na liderança do SNP, em março do ano passado. A sua demissão abre margem para o Partido Trabalhista reconquistar o poder político na Escócia.
O parlamento escocês tem agora 28 dias para escolher um novo primeiro-ministro, com o ex-líder do SNP, John Swinney, o líder do SNP em Westminster, Stephen Flynn, e a ex-rival de liderança de Yousaf, Kate Forbes, apontados como possíveis sucessores. Se o SNP não conseguir encontrar um novo líder para obter apoio no parlamento, serão realizadas eleições forçadas na Escócia.