Robert Fico, recém-eleito primeiro ministro da Eslováquia, classificou os meios de comunicação privados do país como “inimigos” e garantiu que, a partir de domingo, estes media irão receber “instruções” do seu Governo, sem especificar.
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“Consideramos o canal televisivo Markíza e os jornais SME, Denik N e Aktuality como media inimigos e, nesse sentido, vamos emitir instruções ao gabinete do Governo”, comunicou Fico, acusando-os de “fazerem política em vez de jornalismo”. Neste discurso, o principal alvo do líder do Executivo de Bratislava foi a cadeia televisiva Markíza, que acusou de favorecer a atual oposição, de ter recebido 26 milhões de euros do anterior Executivo e de um alegado “comportamento monopolista” no mercado mediático.
Lubos Blaha, deputado do Smer, partido político do atual primeiro-ministro, referiu que estas medidas poderão implicar o veto no acesso a conferências de imprensa e comunicados oficiais, mas, até ao momento, nenhuma fonte oficial confirmou.
Em janeiro do ano passado, Robert Fico afirmou publicamente estar “convencido de que um grupo criminoso organizado de jornalistas está a operar na Eslováquia e estão concentrados principalmente no Denník N, no Sme e no Aktuality", e apelou a que se começasse a investigar "seriamente até que ponto estes jornalistas prejudicam o Estado e atacam as autoridades estatais da República Eslovaca".